27 julho 2007


Crescemos.
Os anos passaram.
Os sonhos desfizeram-se.
Outros criaram raízes.
Alguns, depois das raízes na terra foram arrancados.
E nós?
Crescemos.

Ainda te lembras de sorrir às estrelas?

27.07.2007

Vês-me? O que eu vejo e a forma como me sinto são duas coisas totalmente diferentes. É como se alguém, que não sou eu, se me esperneasse na mente e no coração para lutar e ser quem não sou, mas também sou. Que me diz; "sonha!". Procura fundo no teu coração, e luta pelo que és e por quem queres ser, realmente! Mantém-me viva e atenta, quase sempre, e, quando acordada, sempre a sonhar. E faz-me estar alerta. E faz-me estar mais viva. e faz-me ser mais eu. Ou quem já fui. Ou quem ainda sou, mas esqueço muitas vezes. E se eu me esquecer de me encontrar aqui no coração, no meu, naquele lugar que é o estar mais próximo de cada um, e de mim, também, - em especial - o que faço então? Não durmas. Não desistas. Eu sei que estou aqui. Porque ainda te sonho.

30.06.2007

Olho-me no espelho e não reconheço a imagem que lá vejo reflectida, sabes... A imagem que lá vejo não corresponde à forma como me vejo com os olhos de dentro. E fico estupefacta. E fico (quase) assustada. Como foi que eu cresci e quase envelheci? De onde me surgiram estas linhas debaixo dos olhos e em volta da boca, os caminhos que as minhas lágrimas de sal percorrem de vez em quando? Pois eu digo-te! Não dei pelo tempo passar! Não o vi chegar em crescendo, autêntico e não fingido e que ao passar levou-nos os segundos que poderíamos ter desfrutado sem medos um ao lado do outro.

Vamos, dá-me a mão.

30.06.2007

24 julho 2007


Sabes bem o quanto te amo. Sabes isso tão bem, como sabes de antemão que o dia nasce sempre, todos os dias, mesmo que em algum lado alguém esteja a morrer de Amor. Mesmo assim, nos dias enublados, naqueles em que o sol não se deixa ver, ou naqueles em que o frio é tanto que os ossos se recusam a levar-te, ou ainda mais, naqueles em que o sol te aquece tanto ao ponto de te secar o ar que pretendes respirar, mesmo nesses dias sabes que te amo. Porquê? Porque eu sou tua. Sempre fui. Sempre serei. Mesmo quando estiver nos braços de outro, fazendo de conta que são os teus, mesmo aí, serei sempre tua. Mesmo nos dias em que farei de conta que te oiço o riso das aves fingidas a sobrevoar o mar em voos rasantes, mesmo nos dias em que farei de conta que são os teus braços que me enlaçam na cama, na praia, no bar, no passeio que dou ao longo do mar ao final do dia para me certificar que a linha lá longe do horizonte continua a parecer-me plana. E aí saberei sempre que um pedaço teu, um dia, por algum instante, foi meu. Pelo menos nesse segundo que me leva a abrir a caixa onde guardei o meu mais lindo sonho. A nossa vida tão efémera.

24.07.2007

23 julho 2007


O tempo passou. Eu sai da escuridão mas sem ti. Tu ficaste aí, com a mão quase esticada na minha direcção, como quem, quase, chama por mim. Agora que chegou o Verão, e que as flores já todas desabrocharam e floriram, eu voltei a viver, sempre sem ti, mas tu sabes bem que eu voltarei a morrer quando o Outono nos vier reclamar. Porque não sei estar aqui sem ti. E sei que os pecados que cometo todos os dias, na esperança da culpa ou simplesmente do castigo Divino me levar de novo e para sempre para esse lugar onde nos podemos encontrar e amar, sem receios de que a luz nos separe, da verdade, o dia a dia, a vida corriqueira e de todos os dias nos afaste mais do que estamos agora. A distância traz esta sensação de me sentir despida, mas apenas porque não sinto os teus braços à volta do meu corpo abandonado. E tu bem sabes o quanto não gosto de me procurar, fingindo que sou os teus dedos, imaginando apenas o teu sexo por entre a minha carne, e os teus beijos na minha boca. Mas é apenas assim que te tenho. Não de outra forma. Não de nenhuma outra forma. E sinto-me cada vez mais só. E sempre que o Outono chega, seguido de um quase longo Inverno, renova-se a esperança de que seja nesta estação que te vá encontrar – não apenas imaginar – e ficar ao teu lado para sempre, mas assim que a Primavera regressa, as flores recomeçam a nascer, a florir e eu sei, de novo, que a Vida me vai invadir, e que não resisto a voltar a sair da concha e espero que o sol não me queime, mas também espero que não me seque de tal forma que se me apaguem as tuas memórias. Pois já só assim te posso ter. Os teus beijos. Os teus braços. As tuas mãos vazias de tudo o que não era o nosso Amor. O teu corpo ali, a cheirar a mim e eu a cheirar a ti. Sem já sabermos onde começas tu e onde acabo eu. Neste próximo Inverno, quando eu tiritar de frio, chamando-te a atenção do meu regresso, por favor, abre os olhos e indica-me o teu lugar: amo-te. Amo-te.

23.07.2007

22 julho 2007


Deitei ao mar todas as lágrimas salgadas, as mais salgadas e as mais sofridas para que ele tivesse pena de mim e me devolvesse o teu amor, por inteiro, para que elas se me secassem e o sorriso me voltasse a bailar sobre a face. Mas ele não as quis e depositou-mas aos pés. Prefere-te a ti. Ao amor que um dia tiveste por mim. Ao carinho que me devotaste nas noites quentes de Agosto. Aos abraços que me entregaste nas noites frias de Janeiro. Às palavras sussurradas em meses frios e nos dias quentes. Divago todos os dias ao entardecer por ali, na beira-mar, mas ainda assim não te vislumbro sequer. E isso faz-me doer o coração. Embora a tua lembrança me encha ainda as recordações já o espaço vazio entre os meus braços começa a pesar-me e a doer-me nas mãos, que continuam a carregar o peso do amor que ainda sinto por ti. A solidão enche-me mais que o maior amor que um poderás ter sentido por mim. E a falta que me fazes, nos gestos em que te sonho, esvazia-me mais que tudo nesta vida.

20.07.2007

21 julho 2007


Quanto mais o tempo passa maior é a minha dor. Maior sou eu, uma naufraga sem amor e sem o corpo de alguém para aportar à noite quando me perco nas longas noites de vigília sem poder recobrar o sono perdido depois de muito tempo sem saber o que é o verdadeiro amor. Mas desde que o teu amor se foi embora de nós os dois, desde aí que deixei de saber comer, que deixei de saber sorrir, que deixei de saber viver. E sabes que isto que te digo é tão verdade como eu já não ser quem sou.

Vai-te da minha vida para sempre e deixa-me cair de uma vez por todas. Deixa de apanhar pedaços dos cacos em que me vais partindo.

16.07.2007

20 julho 2007


A tua viagem inicou-se. O barco, onde partiste, levou-te para longe.

Ontem o sol pôs-se. E eu continuava, ainda, sozinha. Sem ti.

Hoje a cama estava vazia e os lençóis frios, sem ti.

Não sei se prefiro chorar sem ti, se contigo ao lado.

20.07.2007

19 julho 2007


O tempo que passamos juntos não conta assim tanto. Afinal hoje não resta nada mais que a verdade que não foi mantida entre nós. A traição tem um sabor amargo, quase a metal que me fere a boca, a língua e me abre o coração. Hoje estou aqui sentada, sabendo de antemão que não te volto a tocar, antevendo a falta que a tua pele, já ausente da minha, me fará daqui para a frente. Só posso desejar-te, do fundo do coração – que esqueças tudo o que nos una, e sabes bem que não é tão pouco quanto isso, e desejar-te que a vida te ofereça tudo o que eu não te soube dar. E quando saíres, que saias de uma vez só, para sempre, sem que olhes para trás, e o amor que não encontraste na minha pessoa que encontres nesse mundo fora, em muitas, ou apenas numa, e que sejas feliz. Mas que essa felicidade não dependa nada de mim, que não tenhas de voltar a olhar-me nos olhos depois de te ires da minha vida. Porque se assim for, não poderei evitar de te desejar que uma onda gigante te traga. Não poderei evitar que sejas amenamente infeliz ao lado da pessoa com quem divides agora a tua cama. Não poderei deixar de querer que a pessoa que seja o teu calor agora, nos lençóis que um dia foram os nossos, que a ela, não sejas capaz de proporcionar o carinho que um dia, em dias demasiado longínquos, tão longínquos que já não os recordo claramente, me deste a mim. Depois de saíres não olhes para trás, porque se o fizeres saberei que não te poderei desejar o bem que não mereces e aquele que finjo todos os dias querer-te por não me amares na mesma medida que me fazes sofrer.

Sai. Sai mas não olhes para trás depois disso.

15.07.2007

15 julho 2007


O tempo passou e eu sempre soube que não eras homem para mim. Porque eras homem a mais e eu mulher a menos. Porque eu não cresci à mesma velocidade que tu, e porque tu ficaste estagnado na tua adolescência, preso por qualquer sonho ou ilusão, com a qual eu não posso competir. Nem quero. Já. Para te ser sincera. Já foi o tempo em que me deitava à frente do mar esperando que ele me levasse, que ele me tragasse e me fizesse dizer adeus à vida e ao mundo para todo o sempre pelas lágrimas que me causaste e me desfizeram o coração. Mas esse tempo naufragou. E parte de mim naufragou com ele. Não. Não deixei de ser sonhadora. Não deixei de acreditar, quase puramente, que um dia acabarei por encontrar um homem à medida dos meus sonhos, dos meus idílios, das minhas ilusões. E que acabarei por ser feliz nos braços de alguém que me dirá todos os dias do resto da minha vida o quanto me ama mal o sol nasce para nós, nos braços um do outro, ali, perdidos, e sem qualquer outro lugar seguro, que não aquele. Ainda não deixei de sonhar. Mas cresci, sabes bem o quanto tenho crescido nestes últimos meses. A troco das chapadas que a vida me tem dado. E ajudada pelas tuas, o crescimento não tem parado de acontecer, e, a olhos vistos fiz-me mais mulher e quase mais cínica do que se pretendia na realidade. A verdade é que já não espero de ti a verdade. Já não espero de ti a sinceridade de seres homem o suficiente para abarcares a verdade da tua vida, e, a dividires comigo, aquela que está à vista de todos e daquela que está apenas à vista do teu coração. Já não aguardo de ti que me abraces todas as noites e quando o fazes, esporadicamente, julgo que me vais pedir em troca uma noite de sexo, porque ainda sei ter os meus encantos e ainda tos vendo por uma boa dose de carinho, fingindo-me amada nos teus braços e perdida no teu sexo fingido. Mas o tempo passou e hoje, sei, sei-o perfeitamente, dentro de mim, por fora de mim, verdadeiramente sei que ambos não fomos feitos um para o outro. Forçamos o destino até à exaustão, mas ainda assim não resultou. Não sei se terei dito bem. Embora fale baixinho deixaste de me dar atenção. Descobri há poucos dias que quando falo baixinho me dás mais atenção. Mas hoje já devo ter falado demais. Mas não sei se terei dito correctamente. Não fomos “nós” que forçamos o destino. Fui eu. Foram os meus sonhos, foram todos os milímetros dos meus sonhos, do meu corpo. Mas hoje, desde há muito tempo, mas hoje mais que nunca, e dizendo-o em voz alta posso dizer-te que sei que não fomos feitos um para o outro. Sem lágrimas, sem gritos, sem dores lancinantes, porque já não tenho espaço para tais efeitos fora do genérico. Apenas sei.

11.07.2007

12 julho 2007


Já aconteceu tudo o que poderia acontecer. O nosso amor não vai morrer. Mas não irá sobreviver de forma alguma. Por mais que façamos de conta que a vida é bela. Por mais que finjamos que tudo está bem. Eu porque sou demasiado exigente e ainda quero que as borboletas me voem como no inicio. Tu porque ainda me queres sentir numa tensão sexual, só possível num princípio de relação especial. Ambos sabemos que com o passar dos anos as borboletas adormecem – ou terão simplesmente morrido? – e a tensão sexual quase que desaparece totalmente, pois só pode existir tensão quando não se sabe nada sobre o que nos espera. O amor não vai morrer, mas porque ambos ficámos lá atrás num passado que não regressa – e que não se vive outra vez – nenhum de nós poderá ser feliz de novo. Nem sei o seremos com quaisquer outras pessoas. Porque o passado só se vive uma vez. Mas ambos sabemos isso. Melhor que ninguém.

12.07.2007

08 julho 2007


Leva-me pela mão. Não apenas esta noite, mas o resto dos nossos dias. Leva-me e mostra-me o caminho para o teu coração. Mostra-me as ruas e as vielas onde nos podemos amar. Ser felizes. Não me deixes ficar aqui, assim, tão sozinha, e tão deixada só. Abandonada. Sabes que quando me dás a mão me fazes sentir cheia de vida. E de sorrisos que em tempos ainda podias ver com o teu olhar de raio fulminante com que me vias toda por dentro. Hoje apenas vês as minhas lágrimas, os meus dias cheios de tristeza, não sabes como me resgatar desse mundo, onde me resguardei para ti mas também de ti. E, depois daquele dia em que dissemos adeus um ao outro, não voltámos a dizer um verdadeiro olá. Já não nos encontramos, já não nos vemos realmente. Um porque não quer, outro porque não deixa – umas vezes és tu, outras sou eu. Dentro daquela caixa, que guardo dos tempos em que me fingia ser sempre alegre, mesmo chorando chuvas torrenciais por dentro, dentro dessa caixa, guardei os nossos melhores beijos. Faltam-me lá as palavras. Mas essas nunca foram ditas. Aguardo por elas.

Até lá, aqui, na nossa praia.

8.07.2007

05 julho 2007



Falo baixinho quando quero que me ouças. Grito quando quero apenas que me vires as costas e me deixes só comigo mesma. Ponho a música alta quando quero expulsar-te dos meus pensamentos e dos meus sentimentos. Oiço-a baixo quando quero que te aproximes e que me dês as mãos, percorrendo-me os caminhos do prazer e da felicidade, fazendo desabrochar os sorrisos escondidos em mim. És assim, tenaz em mim. Tão suave que nem se daria pela tua presença, não fossem as tuas tão entranhadas raízes à minha volta.

5.07.2007

Olho para nós. Como se estivesse à distancia, e não aqui, mesmo ao teu lado. A nossa aparência é a de uma feira desactivada, melhor, abandonada. Tudo tem o aspecto do que não é cuidado, muito tempo depois, as cadeiras despedaçadas, as ervas a crescerem por entre todos os lugares, por entre aqueles em que nos amamos e também naqueles em que não chegámos a ter tempo de nos tocarmos. A roda gigante jaz ali, dependurada, tão vazia que dá dó. E ao longe quase que conseguimos ouvir as risadas que um dia ecoaram para fora das nossas bocas. Mas agora resta apenas o silêncio. Nem tão pouco as pegadas ficam marcadas por entre a terra que nos rodeia. Nem as minhas, nem as tuas, nem as nossas. Os passos vazios, os silêncios que não ecoam, o vazio do tanque de água onde atiramos moedas a pedir para sermos felizes para sempre. Um ao lado do outro.

14.06.2007

Para ti, longe, mas no meu coração


Uma nova vida começou no teu ventre.

Hoje sei que o Mundo será melhor, também, por ti.

5.07.2007

04 julho 2007

17 Anos depois


Ainda espero por ti.



A espera ainda é um exercicio de Amor, Também.



Aqui e na praia que um dia foi nossa.



Ainda espero por ti.

Ainda com Amor. Também, por vezes.

4.07.2007