05 dezembro 2007

PARABÉNS.... (MUITO ATRASADOS... EU SEI...)


O tempo não tem sido tempo.

Mas tu sabes que só falho aqui.

Cresces à velocidade da luz, mas continuas a deitar-te comigo e a chamares-me de tua princesa, e, ainda me dizes que quando cresceres, mais um pouco, vais voltar a casar, outra vez, porque um dia já casaste comigo... mas quando cresceres, será com a tua namorada, mas eu que fique descansada, pois ainda não a escolheste.

(Ufa... que alivio!!!)

Ainda gostas de dormir com o meu braço a fazer de tua almofada e de enrolares as tuas pernas às minhas. E de me dizeres que elas estão frias mas que tu me aqueces. Ainda me beijas o nariz a dormir e sorris-me, mesmo de costas.
Gosto da forma como partilhas comigo o teu dia a dia. As tuas novas namoradas, diárias e como também me cantas " Grândola, Vila Morena" até à exaustão. É quando me abres a mão, ainda a dormir, e apertas a tua na minha, com os dedos entrelaçados nos meus, que me fazes bater o coração mais depressa, pois apenas nós gostamos de dar a mão assim. É a nossa mão.

Já não me chamas para te tirar da banheira, nem tão pouco gritas por mim para te tirar o pijama todas as noites, mas ainda te vou tendo por entre as carícias, os abraços, os gritos e as brincadeiras em que te obrigo a crescer sendo o nosso Menino.

Já são 8 anos.

Vários dias atrasada, mas aqui estou eu... meu lindo Filhote, Ivocas, Parabéns pelos teu 8º Aniversário.

30.11.2008

Boa sorte. Hoje é a última vez que te beijo com a minha boca, o último dia em que passo com a língua sobre os teus lábios, é hoje que te dou a mão ao amanhecer pela última vez. Hoje digo-te ao ouvido, pela última vez, que te amo. É esta noite, ao nascer da manhã, quando o sol raiar pela última vez que farei amor contigo, e sentirei o teu corpo no meu, o teu calor, real, verdadeiro, na minha carne. Hoje, agora pressinto as saudades que irão chegar depois do abandono em que me votarei quando se der a tua saída. Amo-te. Hoje também. Amanhã já não o saberei. Mas hoje, agora ainda te amo.

21.11.2007



Amo-te. Amo-te. Amo-te.
Hoje amo-te mais que ontem.Amanhã amar-te-ei muito mais que hoje. Amo-te todos os dias desde que nescemos nos braços um do outro.Lugar comum? Bastante. Mas ainda assim amo-te.



5.12.2007

24 novembro 2007

Obrigada


Obrigada a todos.

Sei que me baldei, forte e feio...

Mas obrigada a todos os que tentaram falar comigo, aos que conseguiram e também aos que não conseguiram.

Aos que não se lembraram... bom, para o ano, se Deus quiser, haverá mais.

E desde já, afirmo, (mãe...) para o ano vão-me fazer uma festa - surpresa - gigante com todos os meus amigos...


Aidinha, Sandrinha e Carlota... obrigada.


Mãe... sem palavras!!!
Este post é com a data de ontem...
23.11.2007

Já não tenho os pés no chão. Oiço o que dizes mas não me soas a nada. Diz-me que precisas de mim mas detróis-me logo de seguida, pedes-me desculpa e julgas realmente que isso fará a diferença. Ainda não percebeste, ao fim de todos estes anos, que cada vez que pedes desculpa quebras um pedaço de mim, que embora, muito pequeno, ao fim de todos estes anos me fazem parte como uma mão, um olho, o ventrículo esquerdo. Nunca é mau tentares não pedires desculpa.


No fim restará muito pouco de mim.


24.11.2007

22 novembro 2007


Sabes que vos amo tanto que me fazem doer as veias que palpitam de tanto amor que vos tenho?
Sabem que nunca será tarde para pedir desculpa, para fazer marcha atrás, e regressar ao ninho da vossa infancia, e dizer-vos que vos amo, todos os dias, até sempre e depois do sempre nunca é demais?
Amo-te. a ti. E a ti também.
21.11.2007

21 novembro 2007


O destino não estava presente quando mudámos o rumo às nossas vidas. Mas deixámos a amargura, a tristeza, a infelicidade, a saudade, a mágoa e o desconsolo de fora, teimosamente, como se os pudéssemos impedir de entrar para sempre nas nossas vidas. Mas sabes que a saudade faz parte do meu código genético e necessito de chorar e sentir falta até do que tenho presente, embora reconheças que sinto falta muito mais do que não tenho todos os dias.


21.11.2007

Sabes bem que hoje acordei sem ti. E também sabes bem que quando partiste desta vez não me deste um longo e perfumado beijo, daqueles em que a tua língua explora toda a minha boca e o meu ser para que me reconheças de olhos fechados e de vida fechada ao resto do mundo. Sabes bem que entre nós a cumplicidade se está a quebrar a um ritmo alucinante, e, nós deixámos partir todas as laçadas, laços, uniões, juntas, amarras que nos prendiam um ao outro. Não me podes obrigar a amar. Não te posso deter em amores infinitos que não desejas. Mas hoje custei a adormecer, o sono tardou a chegar e a falta que me fizeste foi imensa na cama, mesmo sabendo que não é já hábito tocar-te hoje procurei-te e não estavas lá.


21.11.2007

20 novembro 2007


No próximo S. João aguardo-te na praia do costume.
À entrada da vila estarão as gaivotas a fazer ninho à espera do nosso Amor para recomeçar a voar e deixar crescer os filhos que chegaram depois do Inverno.
Espero por ti. Também este ano.
20.11.2007

Depois da chuva sinto falta do azul do nosso céu, sinto a tua falta nos meus braços, sinto saudades da tua boca, da humidade do teu sexo no meu, da palpitação do teu orgasmo, do gemer da tua respiração quando me abraças, depois da explosão que te traz até mim, quase completo, naquela fracção de segundos.
Lembras-te naquela noite em que fomos, um do outro, apenas isso, numa cama desconhecida, mas que foi, e será, para sempre, o nosso melhor ninho?
Hoje mais que nunca amo-te.
Apenas hoje - também - penso em ti.
Todos os outros dias não passas de uma simples alucinação.
Amo-te.
20.11.2007

19 novembro 2007


Espero agora pelo próximo Verão.

Será, talvez aí, que regresses, de uma vez por todas, para os braços que tanto te querem e te protegem.

Quando assim o queres.

Talvez no próximo Verão.

Espero agora por verões coloridos e telhados quentes.

19.11.2007


Foi hoje que começaram, realmente, as primeiras chuvas. E, foi hoje, também, que te começaste, outra vez, a afastar, lentamente, de mim, como se a água, também ela, te levasse para longe de mim. E é este o nosso destino. O fado que nos mantém unidos, e, também demasiado separados. Cada vez mais longe um do outro, juntos tantos anos depois. Os gemidos que arrancas do meu peito, fundo, já não te fazem deitar lágrimas ao chão pela falta que te faço. Ambos aprendemos a viver um sem o outro, um com o outro lado a lado. Esta tristeza que trago mão dada com a minha vida deste-ma tu, assim, com um laço desfolhado lentamente, por mim, como se de lá viesse toda a vida que me, ainda, faltava viver.
Hoje com a chuva, que recomeçou, percebi, de súbito, que esta tristeza é já minha. É como um céu negro que me penetrou e não mais me deixou. Sem o teu amor. Hoje com as chuvas, lembrei-me de ti. Outra vez.
19.11.2007

14 novembro 2007


O tempo da praia, da areia branca, dos pés solitariamente abandonados ao sol já lá vai. Mas aguardo-te ainda na areia branca da praia que um dia nos recebeu, e aí, nesse lugar encantado e não apenas imaginado, embora muito sonhado, ter-te-ei, do novo, por entre os meus braços e pernas, na minha língua, em todo o meu corpo, e até na minha boca, sem ausências, como extensões necessárias de mim, sem que nenhum de nós consiga respirar um sem o outro. Depois, no rescaldo dos amores já quase terminados, ambos voltaremos a respirar como um peixe fora de água a dar as suas últimas golfadas de vida. Um sem o outro.
Ainda te amo.
14.11.2007

Tenho saudades.

Saudades vossas, que me enchem o coração, até à hora do regresso em que me enchem de novo os braços, a alma e o sorriso.


Hoje sei que ao deitar vou sentir a respiração de ambos e dormirei melhor.


Hoje.


14.11.2007

23 outubro 2007


Mudanças radicais aproximam-se rapidamente dos nossos dia - a - a - dia.
Os receios que fazem (sempre) parte de mim, tomam agora proporções para lá de gigantescas.
Mas ambos sabemos que a palavra para mim tem um valor intrínseco ao qual não pode ser retirado um pedaço - por pequeno que seja - do seu cumprimento rigoroso.
Até o tempo agora será (ainda) mais espartano entre nós.
Por enquanto está tudo calmo.
Permanecerá assim?
Nenhum de nós saberá responder, sem o ter experimentado anteriormente.
Depois da manobra iniciada será possível fazer marcha atrás sem deixar marcas irreversíveis?
Apenas o tempo o dirá.
Que sofro por antecipação, já todos sabemos.
Mas que o tempo dirá das nossas decisões também nós já o sabemos.
Esperar. É o exercício que mais nos têm mandado fazer em todos os grandes aspectos das nossas vidas.
Com Amor.
23.10.2007

22 outubro 2007




Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas.
Falta descobrir se juntos ou apenas distantes. Ou até separados.
22.10.2007

20 outubro 2007


Até ao teu regresso estaremos de coração vazio, mas também, cheio de saudades tuas.

19 outubro 2007


Os grandes Amores não morrem.De vez em quando vamos lembrar-nos um do outro, e, naquele pedaço de tempo voltaremos a amar incondicionalmente.
Hoje também te amo.
20.10.2007

Os meus meninos a crescer


O tempo faz-nos crescer demasiado depressa.

Ainda ontem eram pequeninos e dependentes, hoje já são quase crescidos e

não precisam da minha mão.

O cheiro ainda é o mesmo.

19.10.2007

18 outubro 2007


És como uma onda. Regressas a mim, cheio, cheio de plenitude e eu aceito-te.

Sei que voltarás a partir. Mas agora é quanto me baste que estás ao meu lado de novo. Em mim. E por agora permanecemos assim. Como a água e a areia. Numa praia. Sempre juntos, mas sempre afastados.


18.10.2007

O Amor é assim. Como gotas soltas das nossas vidas, pedaços dos nossos corpos, dispersos também, pelo mundo. Em nós e também nos outros. Nos que amámos e nos que ficaram para trás. E nos que hão-de voltar um dia, de novo, porque os que amam realmente, acabam por perceber que não é preciso mudar. É apenas necessário aceitar. E é aí que regressamos aos corpos que um dia foram nossos e ao cheirá-los de novo nos voltamos a sentir completos e perfeitamente vivos, para além de lúcidos.
18.10.2007

Esta manhã, ao acordar tive a surpresa que me quiseste dar.
Esta manhã senti-me como se não tivessem passado quase (20) vinte anos.
Amo-te.

17 outubro 2007


Subitamente o tempo passou.
Agora, muito mais crescido, sem fralda, separados por muitas fronteiras, montanhas, lagos e rios, reconheço ainda o menino que tive nos braços.

Os últimos dias têm sido cheios de doenças terminadas em ite.
Regressamos, lentamente, à normalidade.
Diga-se de passagem, que a mim, a normalidade quase não deixou de fazer parte do dia a dia, mas eles estão muito mais à frente que eu...

Músicas da minha vida


If you've got love in your sights

Watch out, love bites

When you make love, do you look in the mirror?

Who do you think of, does he look like me?

Do you tell lies and say that it's forever?

Do you think twice, or just touch 'n' see?

Ooh babe... ooh yeah

When you're alone, do you let go?

Are you wild 'n' willin' or is it just for show?

Ooh... c'mon

I don't wanna touch you too much baby

'Cos making love to you might drive me crazy

I know you think that love is the way you make it

So I don't wanna be there when you decide to break it

No!Love bites, love bleeds

It's bringin' me to my knees

Love lives, love dies

It's no surprise

Love begs, love pleads

It's what I need

When I'm with you are you somewhere else?

Am I gettin' thru or do you please yourself?

When you wake up will you walk out?

It can't be love if you throw it about

Ooh babe

I don't wanna touch you too much baby

'Cos making love to you might drive me crazy

Ooh... yeah

Love bites, love bleeds

It's bringin' me to my knees

Love lives, love dies

If you've got love in your sights

Watch out, love bites

Yes it does

It will be hell

13 outubro 2007

A Minha Mãe


Obrigado Mãe.
Atrasados, mas sempre de coração cheio.
13.10.2007

A luz que nos trazia juntos esqueceu-se de um de nós.

Fiquei para trás e tu não deste pela minha falta.

Ou terei eu seguido em frente sem ter dado pela falta que me fazes ao lado ?

13.10.2007

O vazio que o silêncio sem gestos, sem olhares, sem sorrisos, sem palavras destituídas de qualquer sentido, me deixou despregou-me os pés do chão e deixou-me ir ao sabor do vento. Decidi, hoje, de uma vez para sempre, não voltarei a lutar conta as marés, deixar-me-ei ir ao sabor do vento e assim acabarei por desembarcar numa praia, como um tronco velho, mas serei apenas eu, já liquida de tanto navegar, perdida, à tua procura, por um mar que nos juntou um dia e também nos afastou de todas as vezes que partias naquele barco para a outra margem.

11.10.2007

10 outubro 2007


A distancia entre nós que se adensou.

A falta que me faz encontrar algum conforto na dor.

A saudade que me invade todos os dias na cama vazia de nós.

A tristeza dos teus olhos liquidos onde os peixes navegam.

A mágoa que tomou conta de mim nos últimos segundos.

Para sempre. (?)

11.10.2007

És como um fado em mim.

Sou a constatação da saudade viva em mim, depois de tantas vezes não ter reconhecido a felicidade ao teu lado.

Não oiço o mar, não sinto o sol a bater-me na cara, menos ainda, sinto os teus dedos a tocarem a ponta dos meus.

É este o meu destino. O meu fado. Carregar a tristeza que recebi de ti e mantenho viva. Dia após dia.

11.10.2007

09 outubro 2007


Apresento-vos a Rita.
Com todo o Amor do Mundo.
09.10.2007

Para o ano regressa mais Primavera. E o que morre agora regressa, mais viçoso.


9.10.2007

Reencontros


Ouvir a tua gargalhada tantos anos depois fez-me aflorar à pele o cheiro da juventude que trazia estampada no meu riso tomando-a como eterna.
Que saudades que tinha de te ouvir rir.
9.10.2007

Hoje cravei as raízes no passado para reconstruir o meu futuro.
Hoje não és mais que uma ténue lembrança de um fim em mais um recomeço.
9.10.2007


Foste que me deste esta tristeza que trago cavada, funda, no peito. Ofereceste-ma tu embrulhada em fitas de cetim de um encarnado enganador. Já não posso entrar na tua vida, logo eu que de menina ingénua e etérea já não tenho nada, por outro lado a loucura e os devaneios de te fingir em carne e osso, de alma viva e entregue a mim mantêm-se inexoráveis. Levaste-me a vida para longe e eu finjo que te aprisionei a alma por entre os meus dedos como se fosses um passaro à procura de liberdade. Esta tristeza que trago em mim, que foste tu que ma ofereceste, e que eu faço gala em manter viva em mim, permanentemente, cegou-me de uma forma primitiva pois não me permito deixar ver o tempo a passar como se ele pudesse ficar paralisado no relógio e nos ponteiros da vida. Nesta vida que me deixo agora viver, aquela que me vive depois de me teres fugido por entre os braços, os amores, os suspiros e os beijos não tem quaisquer diferenças entre a vida acordada, a dormir ou em estar morta. Nada difere. Só tu poderias alterar esta letargia, se cá ainda estivesses.

3.10.2007

05 outubro 2007

A nossa casa



A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Costrói-a, num instante, o meu desejo!

Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?

Sonho... que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,

Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro - tão bom! - dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...


Florbela Espanca

Não sei se te olho com desprezo ou se te olho apenas com a raiva que me faz mover para a frente. Todas as vezes que me disseste amo-te, uma palavra sem qualquer sentido na tua boca, cheia de falsas esperanças e de construções de frágeis alicerces. A nossa estória de amor não foi mais que um grão de areia numa praia deserta. Nem as gaivotas foram dele testemunha. Nós os dois, eu, loucamente apaixonada, tu, enlouquecido de desejo pelos meus flancos com cheiro a África e a Índia. Sabes que foi ali que me entreguei toda a ti, nua sem quaisquer roupagens que me tapassem o coração e o corpo. Pela minha boca saíram-te as mais belas promessas de vida e de desejo, dei-te o prazer sugado do fundo do meu sexo sem pejo, nem meias medidas. Depois de te saciares, deixaste-me ali, só, naquela longa e imensa cama de areia, sob as estrelas que fizeram de dossel enquanto nos amámos e fingimos ser peixes voadores em águas quentes.


1.10.2007

03 outubro 2007


Jura que vais olhar-me sempre com esse olhar cheio de amor para mim. Promete que vais partilhar sempre a cama comigo e também a vida. Jura que vais dar-me sempre a mão, nas boas e ainda mais nas más horas. Promete que quando o ciúme te fizer arder o coração vais pensar vinte vezes. Jura que quando a saudade te enfraquecer o coração e a memória se diluir não me vais esquecer por completo. Promete que quando voltares a sentir o amor, depois de eu ter passado na tua vida, vais amar uma nova vida que valha a pena.

30.09.2007

02 outubro 2007

Amor que morre




O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!


Florbela Espanca

01 outubro 2007


Todos dias ao acordar digo para mim mesma que acabou tudo, que recomecei e que deixei para trás tudo o que me pudesse prender ao passado como um fio invisível, mas demasiado poderoso para ser quebrado e que não me deixava seguir em frente, tal era o peso das memórias que carregava atrás de mim todos os dias. E, ao abrir os olhos, todas as manhãs convenço-me a mim própria que já acabou, que tudo, já, passou. Que recomecei uma nova etapa da minha vida deixando para trás aquela em que vivia segura de ti, tal como uma dependente, agarrada a todos os sorrisos e palavras de contentamento que me pudesses dar algumas vezes por dia, e, que no total, não somariam mais que umas gramas de dispersa alegria e euforia. Não chegavam nem sequer para ter uma verdadeira e alucinante viagem. Mas ainda assim, és como uma droga. E não me sais do sistema. E o teu sorriso, que se dilui cada vez mais na escuridão da minha vida, sorri para mim, apenas mais uma vez. E aí, sim, levanto-me e convenço-me que tudo acabou. Sorrio.

28.09.2007

30 setembro 2007

Os Versos que te fiz


Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Florbela Espanca

29 setembro 2007


O destino desamarrou-nos e separou-nos quando ainda não era tempo de vertermos lágrimas um pelo outro. As recordações vêm em catadupa e percebo que esta sensibilidade constante que me faz aflorar o choro aos olhos, recebi-a de ti. Foi naquelas noites em que me embalaste sobre as estrelas, dando-me um chão coberto de nuvens e de um céu de noite azulado derramado no branco da lua cheia. Nessas noites partilhadas fizeste-me tua, apenas tua, e agora que o destino nos tirou um ao outro, não sei o que fazer às minhas mãos, à minha boca e nem tão pouco onde pousar o meu corpo sem o aconchego do teu por perto.

26.09.2007

28 setembro 2007


Quando fazes amor comigo e me olhas nos olhos é mesmo a mim que me vês? Ou será apenas um lampejo fugaz e ténue do que eu sou realmente? Quando vês o meu reflexo num espelho achas que sou quem tu queres para o resto da tua vida até ela se quebrar? Achas que construíste o amor tal como o querias ou vamos reconstruindo todos os dias os pedaços que já destruímos no passado? Quando estás comigo estarás em algum outro lado que não na minha presença? Quando acordas ao meu lado e sais de perto do meu corpo sentes falta do meu amor em ti? Eu gostaria de não ter protegido tanto este amor como se ele fosse uma criança demasiado insegura para sobreviver sem protecção. Porque agora que preciso de protecção para recobrar as forças que perdi algures no caminho não sei se confio o suficiente em ti para me entregar toda nos teus braços, pois não sei se é a mim que tu me queres ou se alguma imagem que construíste ao longo dos olhos. Olha-me. É a mim que me vês?

20.09.2007

27 setembro 2007


Não existe qualquer apaziguamento saber que quem partiu está, agora melhor.

Hoje o silêncio desceu sobre a cidade e as lágrimas abriram caminho.

27.09.2007

26 setembro 2007


Desejo despir-me da minha pele, afastar-me da minha alma, e fingir que sou, novamente, uma nova e boa pessoa. E diria alto, em gritos roucos, numa voz grave e solta, que nada disto não teria nenhum significado senão fosses tu, a falta que me fazes na vida. Eu sei que é isso que me impede de acabar; a falta dos teus braços, a falta da quentura da tua língua na minha pele, a solidão que as tuas lágrimas trazem ao caírem-me sobre os olhos quando fazes amor comigo, é tudo isso e muito mais, aquele muito mais que fica encerrado na ponta dos teus dedos quando me procuras na cama durante a madrugada que nos traz mais uma vez para um novo dia. E é aí que a minha alma renasce, e é aí que sinto ainda mais a tua falta. Na minha cama, na minha pessoa, em toda a minha vida. Este passado que não me deixa continuar a buscar uma nova ilusão, medindo tudo por ti.

25.09.2007

25 setembro 2007

Um dia gostaria que entrasses por mim adentro, rasgando-me a solidão, o inferno em que me fecho e que tu tão bem reconheces, mas do qual te afastas, mesmo, mais ainda, quando te peço lentamente para me dares a mão, mas te imploro com o olhar que me deixes só e abandonada para sempre. Gostaria que tivesses a força para me forçares a entrada na mente e me pudesses sacudir como se não me tratasse mais do que um velho tapete, usado e com demasiadas recordações amontoadas e espalhadas. Entrarias na minha loucura e dar-me-ias a mão, levando-me pé ante pé para um lugar calmo e cheio de luz onde seríamos apenas nós. Poderias ter a capacidade de me entrar na mente e salvar-me-ias da minha mais doce e perfeita loucura, que cometo assertivamente, sempre que tento pôr-me de pé para me assentar como se de um prédio sem fundações se tratasse. Este mundo permanente só meu, não te pertence, porque não queres fazer parte dele e acima de tudo porque não tens lugar nele. Mas entra, não que te convide, mas invade-me como se te tratasses de um ignóbil ditador e salva-me de mim própria, entra devagarinho ou mesmo repentinamente, partindo tudo o que se te interpuser - entre nós - sem que percas o norte ao meu corpo, especialmente à minha mão e até à minha boca por onde ambos poderíamos continuar a respirar sempre que te afundasses por ali adentro à procura de um prazer que até ali eu te poderia proporcionar. Dá-me a mão neste momento de doce afastamento, sem que me percas por entre a neblina que me afasta de ti, mantêm-me presa a ti, porque me precisas, e porque me queres.

19.09.2007

24 setembro 2007


Quando chegaste, assim tão vazio de ti, tal e qual as minhas mãos tão despidas de vida e foi desta forma que nos juntámos para nos enchermos um ao outro. Abracei o relógio no teu coração e foi por aí que vi os dias e as noites correrem uma após a outra. As noites mágicas, passaram um por uma , desfolhadas ao sabor do vento e da maresia.


Já fui ave no teu Paraíso.


24.09.2007

23 setembro 2007


Anda, entra em mim, assim, devagarinho, como se não me quisesses acordar ao entrar na cama, e, toma-me nos teus braços e partilha comigo esta tristeza que carrego, quase todos os dias do resto da minha vida, nos meus olhos, no meu corpo, na minha alma, como se as lágrimas não fossem mais que extensões das minhas pestanas, carrega comigo esta tristeza que não sei de onde me vêm, e assim, contigo – realmente - ao meu lado, talvez, quem saiba ela se dissolva, ela é a minha herança, e sem ti é um peso demasiado difícil de suportar só. Esta tristeza que trago em mim, e que sem ti não me deixa sorrir. Entra em mim e ajuda-me a levá-la para longe de nós.

20.09.2007

22 setembro 2007

Digam lá que eu não sou um poço, infindável, de surpresas???



Treino, 5 minutos, 3 a 6 vezes por dia, mas já toco 2 notas....





O filhote decidiu aprender a tocar viola... ou seja mudou, de novo, de passatempo.

E não é que já faz serenatas ?

Por enquanto só para mim...