Temos o mano quase crescido, com a mania que será pequeno para sempre encostado à box, ou mais correctamente, de cama (a arrastar-se entre a cama e o sofá).
Qualquer espirro conjugado com dor de garganta e febre e somos alvo da discriminação, cruz, credo, canhoto, podes ter gripe a, afasta de mim esse cálice.
Mas os cuidados são só a fingir, por isso... a criança não pode sair de casa enquanto não nos ligarem do Instituto Ricardo Jorge a dizer se a criança tem algo parecido à estirpe mais conhecida, mas não justificam as faltas - que podem ser justificadas pelos pais até 2 dias - nem passam justificações aos pais ou outro que vá ficar com a criança em casa até alguém do instituto ligar, o que demora dois dias, mas pronto, ouvimos dizer que estão a levar mais algum tempo. Quanto? Pergunta uma mãe incauta, ah.. e tal, que não sei bem.
Dizem nas notícias que levam até 8 dias. Vai ser bonito, vai.
O mais engraçado (????) é dizerem que todos os restantes elementos da família podem fazer a sua vida normal. Então porque é necessário que a criança fique fechada em casa?
Como diz o mano quase crescido; Daaaaaaaaa.....
Mas à parte as loucuras do serviço nacional de saúde - a criança tem uma faringite e está de quarentena - vamos em frente.
O mano quase grande quer brincar ao dia das bruxas, uma importação dos states que não tem nada a ver connosco, mas pronto, os miúdos adoram e os hiper, normais e minis mercados também devem adorar, pela quantidade de euros que eu lá deixei por meia dúzia de docinhos.
A nossa dentista também deve adorar daqui a uns meses.
Ontem, chegada a casa, entre arrumações à pressa, jantar à pressão, febres para baixar, mimos de final de dia e preparações para o fim de semana estive num tete a tete muito próximo com a minha sanita e não houve nausef que me salvasse.
Hoje uns ameaços já me invadiram mas estive ferozmente abraçada à televisão, a fingir que a vejo. Talvez se não me mexer muito não saía nada para fora.
A sensação é de estar num barco em alto mar e posso dizer que o mar não está calmo.
Os dias passam depressa mas também devagar.
Às vezes ainda não acredito completamente que o milagre da multiplicação vai voltar a surgir na nossa casa.
Terei a capacidade de lidar com os três filhos e mais o filho realmente crescido mas com síndrome de criança, já diagnosticado?
Como será voltar às fraldas, às noites mal dormidas e aos choros, por vezes infernais?
Conseguirei dar de mamar desta vez?
As dúvidas assaltam-me e depois penso, mais vale pensar num dia de cada vez e avaliar apenas o que temos, o que nos falta (é aqui que entram as minhas listas - famosas por sinal) e viver um dia de cada vez.
Mas eu tenho sempre de chegar mais além.
E penso, penso, penso, penso....
Os parabéns chegam do sul, do norte e da nossa cidade e de algumas cidades vizinhas.
Alguma família começa a dar palpites em relação aos nomes e ao facto de se tivermos outro pilas que teremos de voltar a tentar.
Aí enganam-se. A idade já não é a mesma, o dinheiro não estica e a paciência é sempre só a minha.
Mas venha o que vier, vem por bem, cheio de saúde e feliz, de preferência pouco chorão e dorminhoco, que coma bem e não estranhe ambientes. Eu sei que é pedir muito, mas tem de ir assistir aos jogos do mano quase grande e ver os combates e treinos do mano quase crescido, com a mania que será pequeno para sempre. E com tanta volta se for chorão, desconfio que alguém me põe na rua.
Mas estamos, quase todos, muito felizes.
P.S. - Metam lá uma cunha no Instituto que já não posso com o meu ivocas pendurado no meu pescoço, a dar-me beijos e a pedir-me o bracinho, o colinho, o pescocinho e o corpinho todo que ele consegue agarrar e a dizer vezes sem conta, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe.
Eu juro que não sou má. 'Tou só um bocadinho cansada....
31 de Outubro de 2009
4 comentários:
Fantasticas as tuas palavras. Sempre!
um abraço terno para ti.
Obrigada, meu querido amigo João.
Agora em águas em calmas.
Beijo do tamanho do mundo.
I.
eh pa e os beijos deste lado da Europa? Nao contam? :)
Minha querida Kika,
Estás quase cá, para um abraço, apertadinho, rápido, que nós nunca temos tempo para nada, não é verdade, mas o que conta é o que está cá no coração.
Um beijo, assim, gigante, como eu ficarei.
I.
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