08 fevereiro 2011


Meu querido Amor,



Hoje é um dia como outro qualquer. Um dia em que acordámos, não tivemos tempo para nada, não nos beijámos com ardor, não nos abraçamos com vigor e não foi ainda hoje que tivemos tempo de agendar o dia, a hora e os segundos que iremos reservar num futuro algures para termos tempo para nós. Hoje é um dia como qualquer outro. Mas é o dia em que te digo Amo-te. Não porque não te diga todos os dias. Ou quase todos. Mas hoje, porque simplesmente é hoje, digo-te de boca e de coração cheio: AMO-TE.

Não te tenho mais que nos outros dias, não tenho menos, também. Não pensei mais em ti do que é normal no meio das tarefas que todos temos nos nossos dia-a-dia. Ainda não tive tempo para pensar no que vou fazer para o jantar, já senti um calafrio ao recordar que irei a conduzir sozinha para casa - ainda não te agradeci por me teres convencido, pois não? - estou cheia de trabalho amontoado na minha secretária, mas lembrei-me de parar um pouco para te dizer: AMO-TE.

Sei que to digo quase todos os dias e, embora me tomes como certa na tua vida, nada existe que dure para sempre. É bocadinho como aquela flor que me ofereceram no nascimento do Bernardo, que está em cima do frigorífico, tens a paciência de cuidar dela, amorosamente, regando-a, mudando-lhe o sítio para ficar mais ou menos ao sol e não é que para espanto meu, ela voltou a florir à semanas? É uma violeta.

Se eu não cuidar de ti, também tu não cuidarás de mim.

E, embora eu me recorde mais vezes, tu precisas sempre de uma lembrança. Por isso aqui estou.

Hoje é o dia em que parei para te dizer que te AMO.

Hoje é o dia em que te digo que tenho saudades de te amar.
Hoje é o di em que te digo obrigada por existires na minha vida.

Setúbal, 8 de Fevereiro de 2011

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