Não gosto de despedidas. Não gosto de mudanças.
Mas como reparaste, ao longo da minha vida, já foram tantas, as mudanças e as despedidas – qual delas em maior número? – que acabei por ser feita apenas de melancolia e de nostalgia.
Hoje dei-me conta que fui estrangeira em todas as casas que habitei, em toda a minha vida. O que significa, por isso, que ainda não reconheci o meu lar.
Constantemente a ver-me forçada a partir, a recomeçar noutro lugar, a peregrinar continuamente em busca de ideais.
Percorri tantos caminhos que hoje a minha lembrança não tem lugar para tantos deles.
Mais grave. De tanto me despedir, de tanto beijar chão que deixo para trás, as minhas raízes secaram e passaram a existir apenas na minha memória.
Porque não tenho um lugar palpável para repousar as minhas mágoas ao fim do dia, as minhas tristezas ao longo da noite e apenas partilhar os meus risos e as minhas vitórias para sempre.
As minhas raízes foram inventadas, porque as outras, à conta de tanto serem mudadas, morreram.
E eu nada pude fazer por isso.
Mas continuo a saber, sempre a saber, que a minha vida vai continuar a ser pejada de mudanças.
Pior. De despedidas.
Mas tenho a vaga, muito vaga mesmo, esperança, de encontrar um lar.
Aquele lugar onde poderei deitar cá para fora as minhas raízes inventadas.
15.08.2006
Mas como reparaste, ao longo da minha vida, já foram tantas, as mudanças e as despedidas – qual delas em maior número? – que acabei por ser feita apenas de melancolia e de nostalgia.
Hoje dei-me conta que fui estrangeira em todas as casas que habitei, em toda a minha vida. O que significa, por isso, que ainda não reconheci o meu lar.
Constantemente a ver-me forçada a partir, a recomeçar noutro lugar, a peregrinar continuamente em busca de ideais.
Percorri tantos caminhos que hoje a minha lembrança não tem lugar para tantos deles.
Mais grave. De tanto me despedir, de tanto beijar chão que deixo para trás, as minhas raízes secaram e passaram a existir apenas na minha memória.
Porque não tenho um lugar palpável para repousar as minhas mágoas ao fim do dia, as minhas tristezas ao longo da noite e apenas partilhar os meus risos e as minhas vitórias para sempre.
As minhas raízes foram inventadas, porque as outras, à conta de tanto serem mudadas, morreram.
E eu nada pude fazer por isso.
Mas continuo a saber, sempre a saber, que a minha vida vai continuar a ser pejada de mudanças.
Pior. De despedidas.
Mas tenho a vaga, muito vaga mesmo, esperança, de encontrar um lar.
Aquele lugar onde poderei deitar cá para fora as minhas raízes inventadas.
15.08.2006
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