Somos actores numa peça de teatro.
Numa peça de teatro de mau gosto e de péssima qualidade.
Tu vestes-te de poder, cheio de boas intenções e argumentas todos os dias comigo com a tua lógica insensível.
Eu pinto-me todos os dias da distância de ti, para poder sobreviver mais um dia. Maquilho-me de fingimento.
Vendo o meu corpo todos os dias da minha vida em troca de um pouco de segurança.
Segurança que tu não me dás.
Segurança que eu não te dou.
E a peça decorre.
E quando o pano desce, cai, finalmente, ambos continuamos a olhar um para o outro, vazios de realidades, e continuamos a fingir.
E não temos mais nada, senão palavras arremessadas um ao outro com raiva e desamor.
Porque não ficamos por aqui?
Por medo do que vamos encontrar depois?
Qualquer coisa será sempre melhor que esta dor lancinante e constante com que deparamos todos os dias das nossas vidas.
E a peça também está na altura de sair de cena.
O público fartou-se.
18.08.2006
Vamos conversar... conversar muito até as palavras nos faltarem, até o dia nascer e a tua memória se desvanecer do meu corpo e da minha lembrança.
26 agosto 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Porque é que quase todos os seres humanos têm a capacidade de se auto mutilarem? De se obrigarem a sofrer e a arrastar para lá das suas capacidades os sofrimentos que os atormentam, quase sempe?
Mas temos quase sempre essa capacidade e fazemos por a merecer, também quase sempre em quase todas as relações "grandes" das nossas vidas.
É uma coisa que me marca a mim.
E hoje palavras para quê?
Enviar um comentário