21 abril 2010

SEMPRE O TEMPO

Ainda do tempo e sempre às voltas com o tempo. Um dos nossos bens mais preciosos. Passa por mim tão rapidamente que nem dou por ele.

De repente cheguei às 34 semanas e ainda no outro dia tinha um bebucas tão pequenino que nem se via. Estou gigante. Mas sinto-me maravilhosamente bem e feliz. E linda. E sensual. E bonita. E brilhante. E tudo de bom. A sério. à excepção dos pés, pois comecei a sofrer de elefantíase nos últimos três dias.

Claro que ao final do dia me apetece deitar mesmo na entrada do prédio e, se pudesse, dormiria mesmo ali, na casa do vizinho do r/c. Mas por todos os motivos; porque não teria de subir as escadas, mas também porque não teria de arrumar a casa, preparar 500 lanches, e, aquilo que mais odeio, ter de cozinhar todos os dias. Até parece que eu não gosto de comer... mas abrrece-me mesmo muito ter de cozinhar todos os dias. E a chatice que é ter de inventar pratos diferentes?

Mas pronto. O cansaço tem sido de tal ordem que me atiro para a cama, lá para as 22h e ferro a dormir sem que haja amanhã. Não acordo nem que o prédio caía e só acordo, a custo, no dia a seguir quando o filho quase grande (ó tempo volta atrás) me dá com o despertador na cabeça - figura de estilo - pois a criança é meiga e acorda-me sempre com beijos.

Não acordo durante a noite agora. O que tem sido maravilhoso.

Mas de manhã recomeça tudo de novo e voltamos ao dia a dia de sempre. Muito trabalho, correr para todo o lado, finais do dia caóticos, com filhos a correr de actividade em actividade - ou pais a distribuí-los - e eu a andar que nem uma moira a pé. O que a minha amada obstetra adora.

Já vos disse que tenho a melhor obstetra do mundo? Tenho. E quase nem se zanga muito comigo por eu estar gorda. Embora só tenha engordado 6,200 k (consegues perceber isso meu querido marido?) neste metro e meio de gente já me faz ficar cansada. E atenção - repete-se o recado ao marido - estou grávida de praticamente 8 meses.

Mas embora gorda eu continuo a sentir-me maravilhosa.

E os meus filhos fazem-me sentir tão linda, todos os dias.

E o Gerocas diz-me todos os dias - quando me vai dar um beijo repenicado no alto da barriga- vou ter tantas saudades de te ver assim, linda.

E o Ivocas diz-me que tenho a barriga mais linda do mundo - é óbvio que ele nunca viu aquelas grávidas maravilhosas sem estrias.

A minha mãe hoje disse-me que já tenho a cara inchada. Mas eu acho-me linda. E vou ter tantas saudades disto.



Hoje (escrevi isto na semana passada) tivemos a consulta. Tirando o excesso de açucar na prova da glicémia, tudo a andar. Vamos voltar a repetir a prova do açucar - já estou com górmitos - amanhã e fazer figas para que tenha sido um pico açucarado naquele dia para não termos de ir à consulta da diabetes gestacional.
(Foi um pico glicémico e tudo está bem)



As recomendações são descansar ao final do dia, por causa das contracções. Andar muito a pé. E ser feliz.



O Gerocas anda bem. Feliz. Muito feliz. E lindo. Muito lindo. resmungão, mas a chegar à adolesceência, denunciado por umas borbulhas que chegaram assim de repente.

O futebol este ano não tem sido maravilhoso. mas ele sabe lidar bem com isso, graças a Deus.



O Ivocas anda um bocadinho bebézão. Acho que é a chegada latente do irmão pequeno que o faz ter aquele comportamento; falamos de novo à bebé, e queremos dormir todos os dias com o pai e com a mãe. mas sabíamos que esta fase acabaria por chegar.

Não soube lidar completamente bem com o 2º lugar nos regionais de kick. E estou com algum receio do campeonato de portugal no dia 25 de Abril.
(Ficou em 2º lugar e só perdeu no último combate - combateu três vezes - foi o único atleta do VFC a fazê-lo).

Mais ainda dos nacionais, à véspera de parir!!!

Adenda I - O meu filho não levou, deu mais do que comeu, mas os 3 árbitros deviam ser pescaretas, pois não contabilizaram os dois pontapés na cabeça que deu ao adversário, e que deveriam ter valido 2 pontos cada. (Falava dos regionais).
Adenda II - Quanto ao campeonato, o rapaz portou-se à altura, perdeu, naturalmente, com um atleta muito superior a ele, dois cinturões acima, com mais um palmo de altura e provavelmente, dois anos de idade. Mas atirou-se sempre para a frente e, para mim, bem como para os colegas, foi um super campeão. (ai, a baba...).

Cheguei às 34 semanas. Começo a estar exausta por causa do calor, sem paciência, à beira de começar as obras da cozinha e apavorada de parir a criança no meio da algazarra que está o meu doce lar. Mas feliz. Muito feliz.

Setúbal, 29 de Abril de 2010