25 setembro 2009

O TEMPO EM NÓS

GERÊS - AGOSTO 2009

A vida trouxe-nos até aqui ou fomos nós que caminhámos, sós, até este sítio, onde nos encontramos? Nenhum de nós tem a resposta correcta para a pergunta e interrogo-me se será necessária a resposta. Hoje, num dia como todos os outros, em que saímos a correr, voltamos à pressa, dormimos apressados, conversamos, sem dar atenção aquilo que realmente dizemos, nas conversas quase vazias e banais do dia a dia, em que, subitamente, partilhámos um olhar e concluimos que, apesar do tempo a correr, da falta de tempo no tempo de todos os dias, ainda assim nos encontramos, esporadicamente. É nesse roçar da tua mão na minha, naquele limbo entre o sono acordado e o sono dormido, em que nos encontramos e, mesmo não o fazendo, fazemos amor. Com tempo. É o tic tac do relógio, que não pára, são os filhos, as actividades, o corre - corre para todo o lado e esse mesmo tic tac faz-nos vivos e faz-nos envelhecer. Num qualquer momento, em que tivemos de parar para respirar de forma mais profunda, concluimos, ambos, que estamos cansados e ainda agora regressámos à normalidade dos nossos dias. É a falta de hábito, desculpas-te tu, são demasiadas coisas, argumento eu, é a falta de tempo, concluimos os dois. Vale a pena. Os Sorrisos, misturados com os "Despacha-te, que estamos atrasados!", faz de nós pessoas exaustas que não sabem o caminho para a cama depois de 25 segundos de tv em qualquer canal de vendas. Mas também nós sorrimos com as vitórias deles, que também são as nossas.










Nós.










25.de Setembro.de 2009

13 setembro 2009

Jardim Botânico; Lisboa - Junho de 2009

Procura-me nos caminhos onde sabes que me encontrarás. Nos caminhos em que sabes, de antemão, em que me acharás. É neles que estarei à tua espera. Ansiosa pelos teus beijos, pelo teu rio que fará de mim a sua albufeira. Preciso de ti, amor meu. Encontra-me nos caminhos sinuosos onde me perdi de ti, ouve a minha voz que te chama incessantemente, dá-me a tua mão, reencontra-me no teu corpo e faz-me tua para sempre. É aí que quero estar e preciso estar até ao fim. Aqui, tão só, sem ti, sinto-me amaldiçoada e abandonada, sem a tua voz que me guia, sem a sombra do teu corpo que me indica o caminho. As tuas pegadas não me antecedem e não sei qual a direcção a tomar. Encontra-me. Chamo por ti mas não me ouves. Perdi-me nos labirintos da vida e não te encontro. E ambos sabemos que só nos reencontraremos se o quisermos os dois.
13 de Setembro de 2009

12 setembro 2009

Sameiro; Braga - Agosto 2009



E, de repente, percebi (percebemos) que cresceram. Ainda gostam de colo e de beijos. De mimos e abraços grandes, tantas são as vezes que gritamos para fazerem as coisas correctamente, mas já são muitas as vezes em que vejo que os meus bebés cresceram e estão à beira de serem, não só os meus filhos mas também os homens de amanhã. Só os meus beijos, os meus abraços, os meus mimos, as minhas brincadeiras já não lhes chegam. Começam a ter jeitos de adolescentes, as palavras indicadoras de que o tempo passou, cresceram e as crianças começam a ser apenas sombras que lhes restam. Serão, também, os homens de amanhã. Os meus bebés.

12 de Setembro de 2009

03 setembro 2009

SAUDADES

Sameiro; Braga - Agosto 2009


Hoje senti falta do teu acordar nos meus braços. Hoje senti falta do meu dormir nos teus braços. Hoje senti falta dos teus beijos perdidos em mim durante a noite. Das tuas mãos abandonadas no meu corpo quando a madrugada nos assalta e o frio nos aproxima. Hoje a cama estava imensa e vazia sem ti. Hoje o meu acordar foi mais triste. Não tive os teus beijos para me dar os bons dias e assim não são bons começos. Sem ti.


03. de Setembro. de 2009