31 outubro 2009


Temos o mano quase crescido, com a mania que será pequeno para sempre encostado à box, ou mais correctamente, de cama (a arrastar-se entre a cama e o sofá).

Qualquer espirro conjugado com dor de garganta e febre e somos alvo da discriminação, cruz, credo, canhoto, podes ter gripe a, afasta de mim esse cálice.

Mas os cuidados são só a fingir, por isso... a criança não pode sair de casa enquanto não nos ligarem do Instituto Ricardo Jorge a dizer se a criança tem algo parecido à estirpe mais conhecida, mas não justificam as faltas - que podem ser justificadas pelos pais até 2 dias - nem passam justificações aos pais ou outro que vá ficar com a criança em casa até alguém do instituto ligar, o que demora dois dias, mas pronto, ouvimos dizer que estão a levar mais algum tempo. Quanto? Pergunta uma mãe incauta, ah.. e tal, que não sei bem.

Dizem nas notícias que levam até 8 dias. Vai ser bonito, vai.

O mais engraçado (????) é dizerem que todos os restantes elementos da família podem fazer a sua vida normal. Então porque é necessário que a criança fique fechada em casa?

Como diz o mano quase crescido; Daaaaaaaaa.....



Mas à parte as loucuras do serviço nacional de saúde - a criança tem uma faringite e está de quarentena - vamos em frente.



O mano quase grande quer brincar ao dia das bruxas, uma importação dos states que não tem nada a ver connosco, mas pronto, os miúdos adoram e os hiper, normais e minis mercados também devem adorar, pela quantidade de euros que eu lá deixei por meia dúzia de docinhos.

A nossa dentista também deve adorar daqui a uns meses.



Ontem, chegada a casa, entre arrumações à pressa, jantar à pressão, febres para baixar, mimos de final de dia e preparações para o fim de semana estive num tete a tete muito próximo com a minha sanita e não houve nausef que me salvasse.

Hoje uns ameaços já me invadiram mas estive ferozmente abraçada à televisão, a fingir que a vejo. Talvez se não me mexer muito não saía nada para fora.

A sensação é de estar num barco em alto mar e posso dizer que o mar não está calmo.



Os dias passam depressa mas também devagar.



Às vezes ainda não acredito completamente que o milagre da multiplicação vai voltar a surgir na nossa casa.

Terei a capacidade de lidar com os três filhos e mais o filho realmente crescido mas com síndrome de criança, já diagnosticado?

Como será voltar às fraldas, às noites mal dormidas e aos choros, por vezes infernais?

Conseguirei dar de mamar desta vez?

As dúvidas assaltam-me e depois penso, mais vale pensar num dia de cada vez e avaliar apenas o que temos, o que nos falta (é aqui que entram as minhas listas - famosas por sinal) e viver um dia de cada vez.



Mas eu tenho sempre de chegar mais além.

E penso, penso, penso, penso....



Os parabéns chegam do sul, do norte e da nossa cidade e de algumas cidades vizinhas.

Alguma família começa a dar palpites em relação aos nomes e ao facto de se tivermos outro pilas que teremos de voltar a tentar.



Aí enganam-se. A idade já não é a mesma, o dinheiro não estica e a paciência é sempre só a minha.

Mas venha o que vier, vem por bem, cheio de saúde e feliz, de preferência pouco chorão e dorminhoco, que coma bem e não estranhe ambientes. Eu sei que é pedir muito, mas tem de ir assistir aos jogos do mano quase grande e ver os combates e treinos do mano quase crescido, com a mania que será pequeno para sempre. E com tanta volta se for chorão, desconfio que alguém me põe na rua.



Mas estamos, quase todos, muito felizes.





P.S. - Metam lá uma cunha no Instituto que já não posso com o meu ivocas pendurado no meu pescoço, a dar-me beijos e a pedir-me o bracinho, o colinho, o pescocinho e o corpinho todo que ele consegue agarrar e a dizer vezes sem conta, mãe, mãe, mãe, mãe, mãe.

Eu juro que não sou má. 'Tou só um bocadinho cansada....



31 de Outubro de 2009

29 outubro 2009

Pai, Mãe e 2 Manos e quem a cegonha trouxer de Paris - por enquanto



Desengane-se quem achar que o meu querido blogue deixará de ser lamechas e passará a ser um babyblog a tempo inteiro.






1. O tempo já não é quase nenhum, pois então, não teremos outro remédio, senão dividi-lo e transformá-lo num pedacinho maior.






2. Claro que se tornará ainda mais lamechas. Agora poderei culpar as hormonas e não só a mim. Os sonhos duplicam, assim como eu espero duplicar (apenas na zona uterina) e claro, com os sonhos vêm os ideais, as ilusões - ora pois que elas também fazem parte - algumas desilusões e outros afins de que agora não me recordo (culpa da péssima memória e das hormonas, que elas, também, são culpadas de tudo agora).






3. Alguns dias mais, outros menos, sinto-me uma super Mãe que irá dar conta de tudo.



Noutros, ao final do dia, quando o cansaço se apodera, penso; "eu estava completamente maluca ou passei-me de vez?" Claro que é àquela hora em que a exaustão já nos agarrou pelos colarinhos e as pernas já não obedecem, quanto mais o cérebro, que eu penso isto.



Depois de manhã, quando estamos todos aflitos para ir à casa de banho em fila indiana, à espera de vez, eu volto a pensar o mesmo. Na hora de sair, com os gritos de "despacha-te, és sempre o mesmo, ajuda-me, não fazes nada, sou sempre eu" o pensamento toma-me de assalto, que isto vezes cinco deve ser dose - cinco, subetenda-se um pai (que vale como um filho), uma mãe que de manhã, em piloto automático não vê nada, mais três filhos, um quase grande, outro quase grande, com a mania que há-de ser pequeno para sempre e outro que ainda mal se vê mas já dá que fazer.






4. As horas agarradas à sanita são algumas, não muitas, que o nausef deve ser uma das melhores invenções dos últimos anos (eu fui Mãe há uma década atrás - não existiam estas modernices).



Numa semana foi de tal ordem que estive tentada a pôr o nome de Madalena (nome da sanita onde me debrucei algumas vezes) mas depois achei uma injustiça com a minha própria sanita, aquela que me tem acompanhado nos últimos 13 anos, se não desse o nome dela a este filho que aí vem, mas ao ler o nome dela fiquei assustada: sanitarius.... a do trabalho, que me tem feito companhia nalgumas ânsias - poucas graças a Deus (que isso não dá lá ar de grande profissional: saiam da frente que tenho de vomitar) - valadares.



Ora, para rapariga não me parece lá muito engraçado na primária, nem por essa vida afora e para rapaz, embora, sem dúvida, com um ar másculo, lá de feio não passa ele.



Resolveram o problema os rapazes que decidiram que o nome seria com eles. O filho quase grande e o filho também quase grande com a mania que será pequeno para sempre decidiram - claro que deram ouvidos ao Pai, mas não à Mãe (coitada, ela não tem grande importância, carregará durante 9 meses, parirá com dor, mas não tem grande escolha no nome). A modos que se nascer rapariga está decidido o nome.



Para rapaz a coisa está a modos que mais complicada. Andamos em voltas e círculos, às vezes em quadrado também, mas ainda não houve decisões de monta; "esse não, que me lembra um colega muita parvo, esse nome não que parece de maluquinho, esse ainda pior, esse que é grande, esse que não tem diminutivo" e por aí fora.



Claro que não partilho ainda convosco os nomes na mira.






5. O tempo passa a correr, mas queria que passasse ainda mais depressa. O medo ainda é grande e e acho que desta vez só ficarei descansada quando o/a tiver nos braços, cá fora, grande, bonito e perfeito (aos meus olhos - de preferência aos vossos também).



Por outro lado, quero que o tempo passe a passo de caracol, bom a bem da verdade, rápido até às 20 semanas e devagar a partir daí.



Até às 20 semanas ninguém nota, temos de contar a todos para partilharem connosco a nossa alegria e não se sente a criança aos pontapés. Depois daí em diante, sim, pode passar devagar para curtir bem esta minha última gravidez.






6. O Pai ainda está em choque. De vez em quando volta a tremer descontroladamente. Mas quero crer que lhe passará dentro em breve. - Este recado é para ti mesmo!!!



Coitado, nunca pensou que com a falta de pontaria dele conseguisse acertar tão rapidamente no alvo outra vez. Mas Deus escreve direito em linhas tortas. Se não deixar de tremer dentro em breve, pois teremos que o levar ao médico para ver se ele tem algo mais para além do MEDO. Mas também lhe posso sempre oferecer um cão. Claro que a esta altura seria de peluche, que tão maluca assim, também não serei.






Hoje chegámos às 8 semanas.






Obrigada a todos os que nos tem apoiado.

22 outubro 2009

QUEM VEM LÁ? -É A CEGONHA !!!!


Meus queridos e queridas:


Estamos a fazer figas, com muita força, para que a cegonha nos deixe um/a pequenino/a à porta, depois das 33 semanas que nos faltam.


Espero que façam figas connosco para que cheguemos a bom porto desta vez. Contamos com elas.



Continuamos muito felizes.


A mãe a fazer listas.


Os manos discutem com quem irá dormir o/a bebé - palpita-me que lhes passará depois de ouvirem a primeira sessão de choro.


O pai ainda em estado de choque - começa a deixar de tremer.



O medo ainda nos acompanha, mas temos fé que desta vez será diferente.



Chegámos, hoje, às 7 semanas.



Ouvimos o coração a bater e isso foi suficiente para nos encher ainda mais de um Amor imenso.





Setúbal, 22 de Outubro de 2009








09 outubro 2009