28 fevereiro 2007

Estou acompanhada


- Olá

- Como vais?

- Vou bem. Estou sempre bem. Sabes como sou.

- Por saber como és, pergunto-te como vais. Porque te sei e te conheço por dentro e te reconheço a vida desgarrada.

- Não me sabes assim tanto. Nunca me soubeste quando devias saber. Agora são lágrimas deitadas a um chão demasiado infértil, demasiado seco, demasiado gretado.

- Eu sei que não te dei a mão quando devia e que agora é tarde. Mas sabes que estou sempre aqui. Estarei sempre aqui para ti. Em ti. Contigo.

Eu sei. Mas por vezes isso não me basta. Por vezes quero o mundo agora, já, porque já o deveria ter tido ontem.

- Mas também sabes que não temos nunca o que queremos. O que achamos merecer.

- Eu sei que não o mereço. Mas interrogo-me se mereceria tanto do que não quis para mim.

Deixaste a fúria, a raiva, o ciúme, a dor e o rancor toldarem-te o coração e quando estás assim não vês, não tens a capacidade de ver o sol a brilhar. Ele brilha todos os dias. Dentro do teu coração. Fica bem. Sabes que estou aqui.

- Até qualquer dia. Enche-me de sol. Até qualquer dia. Até qualquer dia.


22.01.2007

5 comentários:

Maria disse...

Eu já andei por aqui. Não sei quando, mas eu já andei por aqui.
Já te li.
Provavelmente não te comentei, faço muitas vezes, entro, leio e saio sem comentar.
Mas hoje parece que vim fazer-te um pouco de companhia...

Um beijo

João Carlos Carranca disse...

Passei por aqui, agora que acordei de um sonho que podia ter sido bonito mas que a realidade tornou impossivel de realizar. Ganhei sabedoria, experiencia e uma grande dose de tristeza por ter falhado. Mas é hora de acordar e sentir-me de novo acompanhado pelo mundo.

João Carlos Carranca disse...

Isto é que são férias....

algevo disse...

Maria,

obrigada pela companhia e peço desculpa pela demora (no minimo) na minha resposta. É sempre bom saber que me lê gosta e regressa.

Beijos.

I.

algevo disse...

Meu querido e doce Jota, meu grande amigo da ponta deste país onde moramos mas que nos mantêm o coração dividido....

Folgo em saber-te de regresso, embora triste, mas a tristeza vai começando a desfazer-se, é mesmo assim a vida. Tem sido assim comigo. Será assim contigo meu querido amigo.
E folgo em saber-te perto outra vez. Assim pelo menos não estamos em continentes diferentes.

Um beijo assim do meu tamanho. Gigante.

Tua

I.

P.S. - As férias não têm sido bem férias, mais antes uma redescoberta dos prazeres da maternidade aos 9 e 7 anos. Tenho dedicado todas as horas do dia disponiveis a estas duas preciosidades que a vida me depositou no colo. Mas regresso. Reconstruo-me lentamente. Mas em definitivo.

:)