19 novembro 2007


Foi hoje que começaram, realmente, as primeiras chuvas. E, foi hoje, também, que te começaste, outra vez, a afastar, lentamente, de mim, como se a água, também ela, te levasse para longe de mim. E é este o nosso destino. O fado que nos mantém unidos, e, também demasiado separados. Cada vez mais longe um do outro, juntos tantos anos depois. Os gemidos que arrancas do meu peito, fundo, já não te fazem deitar lágrimas ao chão pela falta que te faço. Ambos aprendemos a viver um sem o outro, um com o outro lado a lado. Esta tristeza que trago mão dada com a minha vida deste-ma tu, assim, com um laço desfolhado lentamente, por mim, como se de lá viesse toda a vida que me, ainda, faltava viver.
Hoje com a chuva, que recomeçou, percebi, de súbito, que esta tristeza é já minha. É como um céu negro que me penetrou e não mais me deixou. Sem o teu amor. Hoje com as chuvas, lembrei-me de ti. Outra vez.
19.11.2007

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