01 outubro 2007


Todos dias ao acordar digo para mim mesma que acabou tudo, que recomecei e que deixei para trás tudo o que me pudesse prender ao passado como um fio invisível, mas demasiado poderoso para ser quebrado e que não me deixava seguir em frente, tal era o peso das memórias que carregava atrás de mim todos os dias. E, ao abrir os olhos, todas as manhãs convenço-me a mim própria que já acabou, que tudo, já, passou. Que recomecei uma nova etapa da minha vida deixando para trás aquela em que vivia segura de ti, tal como uma dependente, agarrada a todos os sorrisos e palavras de contentamento que me pudesses dar algumas vezes por dia, e, que no total, não somariam mais que umas gramas de dispersa alegria e euforia. Não chegavam nem sequer para ter uma verdadeira e alucinante viagem. Mas ainda assim, és como uma droga. E não me sais do sistema. E o teu sorriso, que se dilui cada vez mais na escuridão da minha vida, sorri para mim, apenas mais uma vez. E aí, sim, levanto-me e convenço-me que tudo acabou. Sorrio.

28.09.2007

Sem comentários: