13 janeiro 2010

O TEMPO

O tempo passa, corre, pula, salta, atropela, desanda, passa, circula, sucede, decorre sem que tenhamos tempo, sequer, de respirar.
O tempo deixou-nos enclausurados, sem tempo para nós, mas com tempo para trabalhar, dormir e comer - mal - mas falta-nos o tempo para amar.
Amo-te. Sei que não to tenho dito. Todos os dias, como te prometi. Todas as noites, como te jurei. Mas o tempo tornou-se meu inimigo vísceral, excepto nas alturas em que gostaria que ele fosse muito mais rápido a correr para chegar mais depressa ao fim de certas partes da nossa estória. Mas só aí é que ele não corre.
Esta noite não tive a tua mão quente na minha. O teu braço protector sobre mim. A tua perna pesada sobre as minhas. Como quem diz: "És minha." "Só minha." "Quero-te só para mim.".
Esta madrugada não acordei com o teu respirar na minha nuca. E senti a tua falta. Especialmente hoje. Não sei porquê. Porque, de repente, apercebi-me de que o tempo passa a correr, também, para nós e não temos, nunca - quase - tempo para amar.
Mas digo-te agora: AMO-TE.
Setúbal, 13 de Janeiro de 2010

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