29 janeiro 2010

AINDA DO TEMPO

Pois é... o tempo, esse malandro que passa a correr, deixando marcas (cada vez mais visíveis - as minhas rugas que crescem e os brancos que aumentam) continua a correr. Em todos os sentidos.
Se por um lado transbordo de felicidade, pelos motivos que todos bem conhecem, ando triste com uma notícia de que poucos sabem.
Para ti, causa da minha preocupação: as fadas são seres reais. Também choram, sofrem e não tarda serão outra vez muito felizes.
Chegámos às 21 semanas (e um dia). Agora a contagem é decrescente, faltam 17 ou 18 semanas. Ainda falta e já tenho saudades. Destas nossas conversas. De ler alto para ti. Das tuas respostas em forma de cambalhotas salpicadas de karaté. Mas, por outro lado, a curiosidade é enorme de te conhecer. De te ter nos braços. De te saber se chorão, se calmo, se comilão, se bebezinho, se bebezão.
Os manos andam enlouquecidos. Tudo é uma loucura. Ficas envergonhado ao pé deles e sossegas.
Voltámos a ver-te. Naquela imagem distorcida, a preto e branco, ver o teu coração a bater enche-nos de vida e a alma de esperança renovada. Ver o teu nariz, os olhos, as orelhas, as pernas, os dedos das mãos e dos pés, as tuas entranhas, todas as medições, altura e peso faz-nos sentir ainda mais orgulho de sermos teus Pais. E esperamos cumprir bem essa tarefa.
Pareces irrequieto e espero que essa língua de fora e a mão à frente da cara não sejam um sinal de que não gostas de ser fotografado.
Quase 400 gr. de gente a caminho dos nossos braços, que estão abertos para ti, à tua espera.
A Mãe, o Pai, o Mano quase grande e o Mano quase grande, com a mania que será pequeno para sempre e que te amam muito.
Setúbal, 29 de Janeiro de 2010

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