12 setembro 2006


Esta noite acordei.
E é sempre durante a noite em que te recordo mais profundamente.
E esta noite cheguei a uma conclusão. Por mais que sonhe, por mais que me iluda, por mais que pense nisso, o tempo não voltará atrás.
Portanto, por mais que eu julgue isso um sonho ainda possível um dia nos meus melhores sonhos, apenas em sonhos, jamais te voltarás a enredar durante a noite nos meus braços para eu te dizer que te amo.
Não voltarás a tapar-me a boca com a tua, enquanto me sai um gemido abafado, implorando-te que me digas que me amas.
Não voltarás a ouvir da minha boca o sussurro: “Diz que me amas, diz apenas hoje que me amas”.
Não voltarei a segredar-te ao ouvido as palavras magicas que me fazem sentir apaixonada por ti e sentir-me a voar sobre a tua montanha.
Acima de tudo, jamais voltarei a partilhar os meus segredos com a tua pele. Não a voltarei a sentir.
Não me voltarás a aquecer nas noites de profunda solidão e de tristeza e não me voltarás a encantar. Não me voltarás a fazer sorrir quando te sentia a meter as chaves à porta e te vejo os contornos na porta do quarto, imaginando o teu sorriso por baixo do manto da tua escuridão. Aquela escuridão que te envolve, sempre.
E não mais voltarei a dormir quietamente nos teus braços.

08.09.2006

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