13 setembro 2006


Eu sei que quando me conheceste esperaste mais de mim.
Muito mais.
No fim eu não sou mais que um ser humano. Igual a todos os outros, especial o suficiente para que olhasses para mim naquela noite.
Mas não sou mais que os outros todos. Sou igual.
Cometo erros.
Mas este teu mau hábito de não me deixares ruir. Não me deixares cair de uma vez por todas e ficar estatelada no chão, como se não passasse de chuva caída do céu ou de lágrimas gigantescas choradas por alguém que me esqueceu.
Mas não. Achas que tenho de ser melhor e esperas demais de mim.
Sou igual. Sou igual.
Assume esse meu grito de independência – e vulgaridade – e aceita-o.
Mas aceita que eu não sou inatingível. Aceita que eu sou igual a toda a gente e tenho dores e tenho sentimentos que me fazem querer voltar atrás e que me fazem querer apenas cair no chão e deixar-me ser espezinhada por todos os outros como se eu apenas não existisse, apenas.
Porque sei que nalguns dias ninguém dá pela minha presença.
Não sou quase nada.
Mas tu não deixas.
E eu mantenho-me em pé, feito um soldadinho de chumbo. Mas já sem forças.
Deixa-me apenas chorar.
Gostaria que por vezes aí estivesse apenas para me limpares as lágrimas.
Já me viste chorar?
Deixa-me apenas chorar.

08.09.2006

1 comentário:

Anónimo disse...

Chora o que tens a chorar. Estaremos aqui.
Tens muitas pessoas à volta que se importam. Que querem saber. E que têm um colo, um abraço ou simplesmente uma mão para te dar nessa hora em que simplesmente és igual a toda a gente.

Um beijo