01 setembro 2006


Talvez daqui a uns anos eu não me recorde de ti, quase todos os dias. Talvez daqui a uns anos eu passe muitos dias sem te lembrar.
Cada vez menos sinto o teu cheiro na rua quando caminho por entre as pessoas.
Será com certeza assim, é o passar do tempo. Fará isso tudo em mim e mais depressa em ti.
Já não acordo durante a noite a sentir-te na cama abraçado a mim, já não acordo de madrugada, ofegante, por estar quase a fazer amor contigo na cama que não partilhamos há anos.
A solidão afasta de mim todos as lembranças más que nos afastaram, atenuou as discussões, fez esboroar a sensação de não ser amada.
E mesmo daqui a uns anos, quando sentir aquela fragrância tua, tão peculiar, a cheirar a pele e couro, vou virar a cabeça e vou-te procurar, porque sei que naquele segundo estarei também na tua memória.
E ambos olharemos para o céu e para um ponto qualquer que nos faça lembrar do mar.
E vamos saber ainda a que sabia termo-nos nos braços um do outro.
Tenho saudades tuas.

26.08.2006

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