05 setembro 2006


Hoje voltei a ouvir uma música que não ouvia há tantos anos.
Desde quando era apenas uma miúda cheia de sonhos e acreditava mesmo que seria feliz.
Que a felicidade seria eu a fazê-la.
Esta música faz-me chorar o coração e a alma.
Eu amei-te tanto. Amei-te mesmo tanto, tanto.
Enchi noites e vidas de amor por ti.
Enchi sois e luas de música para te embalar os dias e adormecer-te as noites.
Sabes que estive sempre aqui.
Mas cresci.
E já não me bastam as noites em que me vens abraçar e encher a cama e os braços dos teus carinhos imaginários.
E eu amo-te tanto, tanto, tanto.
E não me basta já isso apenas.
A minha vida ficou manchada de dores que não mereci. Os meus sonhos foram destroçados por raivas que não deveria ter tido.
Mas sobrevivi a tudo e a todos.
Até a ti.
E quando um dia olhei para o lado, não estavas lá. Nem a tua sombra, nem a tua presença.
Apenas eu. Sozinha. Com a vida a terminar-me entre os dedos. Presa apenas pelo fio da imaginação em que te sonhava a chegar-me no horizonte naquela nossa praia.
E em que te dizia, Amo-te tanto, mas tanto, tanto.

1.09.2006

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