10 setembro 2006


Passaram os anos.
E hoje quando olho para ti vejo que não és a mesma pessoa.
Mudas-te. E eu também. E já não nos reconhecemos nos jovens inconsequentes e cheios de sonhos e esperanças num futuro à medida das nossas ilusões.
Não te reconheço.
Mas também nunca te reconheci.
Imaginei-te mais do que foste na realidade.
Sonhei-te mais do que eras na verdade.
Nunca correspondeste ao estereótipo de amante à medida do que eu tinha para viver.
Mas sempre fiz de conta que não via o que estava à vista de todos.
E o preço que paguei por isso foi algo elevado.
Mas fiz as escolhas e matei as esperanças. As ilusões esmoreceram no caminho. Qual rosas secas sob um sol ardente de um deserto que sempre foste, mas no qual me mergulhaste nos últimos anos.
Perdi. Quase todas as batalhas. E a guerra.
Sequei.
As minhas rosas secaram.
Passaram-se os anos e nunca aprendeste a tratar do meu jardim.
Passaram-se os anos e deixei de te reconhecer na minha ilusão.

03.09.2006

1 comentário:

Anónimo disse...

Já pensaste, ou já reparaste que é uma escrita egocêntrica. É o eu, eu e mais eu, e a outra parte? Já pensaste se está bem? Se não está a sofrer dos mesmos males, se não terá os mesmos queixumes? Se não tem nada a dizer? Pára um pouco e pensa o porquê de teres chegado a esta situação? Não culpes só a outra parte.