28 abril 2007

Entendimentos


Não percebo. Não consigo compreender porque me dizes adeus sempre que me chego mais perto do teu coração. Se tens a palavra apenas colada à boca ou se ela constitui o teu alarme de defesa. Mas também já não interessa. Sempre que te digo; cheguei, tu respondes-me que estás de partida. E eu fico cansada de te perseguir para me manter colada a ti. Para, no mínimo, me manter na tua sombra. Assim, o tempo passa, e com ele vai trazendo a solidão, a saudade e o vazio do mar que me preenche cada vez mais na tua ausência, que se torna cada vez mais permanente. A solidão e a ausência. Cada vez te tenho menos. Ou cada vez te quero mais. E não tenho nada do que pretendo obter de ti. E assim me deixo ficar. E tu não vês o abandono a que me voto. E tu não reparas nas lágrimas que me correm embora estejas sentado mesmo ao meu lado. Mas já me tornei demasiado invisível aos teus olhos. Agora já não me vês, apenas. Olho o mar mais uma vez. Hoje também não estás aqui ao meu lado.

27.04.2007

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