26 abril 2007

Solidão acompanhada


A sério. Juro-te que tenho tentado. Penso estar muito mais calma, respiro muito mais vezes e penso 10 vezes antes de falar alto. Mas ainda assim fico constantemente magoada pelas tuas palavras. Mais ainda pelos teus silêncios. Pior ainda pelas tuas ausências. E o que não dizes cava mais fundo na alma por ser aquilo que escondes. Ficamos por aqui? Não, acabamos por nunca desistir, na realidade, permanecemos sempre unidos, para o resto das nossas vidas e não nos deixamos com receio do que vamos encontrar. Eu reconheço, agora, depois destes anos de luta contra mim mesma, em que me tentei convencer sempre que não te amo assim tanto, concluo que sim, que afinal ainda te amo, e não é assim tão pouco quanto isso. E não te deixarei jamais viver a vida ao lado de outras pessoas por te amar assim tanto, por não me saber ver sem ti. E por isso fico aqui, encolhida neste canto, a pensar na vida e em ti, e nos momentos que tivemos à beira do oceano, e julgo que tantos que me recordo são apenas fruto da minha imaginação demasiado fértil e demasiado sonhadora. E deixo-me ficar, e deixo-me abandonada nos devaneios do que já não volta na minha vida. É ver-te sair todas as noites e saber que não me regressas para os braços incólume. É saber que a roupa que vestes e o perfume que pões já não é para mim. E isso dói. Vai doer sempre, porque te dediquei já metade da minha vida. E são muitos anos, muitos meses, muitos dias, tantas horas. Em que sempre, de uma forma ou de outra esperei por ti. Amo-te.

16.02.2007

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