19 abril 2007

Na nossa praia


Procuro-te o rasto por entre a areia solta dos caminhos que nos levaram um ao outro, entremeados pela saudade, dolorosa e doentia(também) por vezes. Os sorrisos e os risos, esses adormeceram pelas gaivotas que nos fingiam o riso ao entardecer das praias por onde nos dávamos (e nos perdíamos) em amores nunca antes acabados e sempre à flor da pele quando nos tínhamos nos braços um do outro e na pele sentida de cada um de nós. Éramos a razão de respirar, e a razão de nos fazermos a vista azul de céu ao amanhecer e céu alaranjado ao entardecer. Pelo meio existiam apenas os beijos, molhados, e também, todos os caminhos que nos chegavam até ao mar que nos arrefecia o âmago e nos molhava os sexos entumescidos pelo sexo inconstante e empedernido, praticado a horas constantes como se todas as praias se fossem abrir e tragar-nos para um sitio tão apertado onde já não nos poderíamos mover ao som do nosso desejo.


Se fosse hoje dir-te-ia que não te preocupasses. Também já sei até onde poderemos chegar, ou levar-nos, ambos, mesmo parados, desde que com os corpos colados e as bocas por perto uma da outra e os ouvidos apurados.


Ainda te amo.


Ainda te sinto saudades.


Sempre.


19.04.2007

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