21 maio 2007


Deixa-me beber dos teus lábios as palavras que brotam do teu coração, tão lentamente. Deixa-me ser o teu pensamento a divagar por entre os sonhos, as ilusões, as descrenças e as esperanças da tua mente já tão impura quanto desacreditada. Deixa-me ser o toque das tuas mãos, quando as tens dormentes e não consegues palpar o longo caminho que tens pela frente do teu cérebro inebriado. Deixa-me ser o teu caminhar quando andas sem destino e sem paragens finais com o coração ao largo do peito. Deixa-me ser o mar que te acalma e te faz sentir solene. Deixa-me ser a areia que te cobre os pés cansados e deixa-me ficar ao teu lado, silenciosa, enquanto descansas o olhar num horizonte que um dia quero que seja de ambos.

16.05.2007

2 comentários:

João Carlos Carranca disse...

"...enquanto descansas o olhar num horizonte que um dia quero que seja de ambos."

A linha recta que é curva está lá sempre para a gente admirar, poder olhar depois para trás e ver que cresceu, que a gente é gente e a outra gente tem que ser gente para ser como a gente.

Filosofei...

algevo disse...

Jota, e sabes o quanto eu gosto de ler as tuas filosofias?

Um dia, quando eu chegar a ser gente, quero ser como tu...

beijos.

I.