26 setembro 2007


Desejo despir-me da minha pele, afastar-me da minha alma, e fingir que sou, novamente, uma nova e boa pessoa. E diria alto, em gritos roucos, numa voz grave e solta, que nada disto não teria nenhum significado senão fosses tu, a falta que me fazes na vida. Eu sei que é isso que me impede de acabar; a falta dos teus braços, a falta da quentura da tua língua na minha pele, a solidão que as tuas lágrimas trazem ao caírem-me sobre os olhos quando fazes amor comigo, é tudo isso e muito mais, aquele muito mais que fica encerrado na ponta dos teus dedos quando me procuras na cama durante a madrugada que nos traz mais uma vez para um novo dia. E é aí que a minha alma renasce, e é aí que sinto ainda mais a tua falta. Na minha cama, na minha pessoa, em toda a minha vida. Este passado que não me deixa continuar a buscar uma nova ilusão, medindo tudo por ti.

25.09.2007

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