28 setembro 2007


Quando fazes amor comigo e me olhas nos olhos é mesmo a mim que me vês? Ou será apenas um lampejo fugaz e ténue do que eu sou realmente? Quando vês o meu reflexo num espelho achas que sou quem tu queres para o resto da tua vida até ela se quebrar? Achas que construíste o amor tal como o querias ou vamos reconstruindo todos os dias os pedaços que já destruímos no passado? Quando estás comigo estarás em algum outro lado que não na minha presença? Quando acordas ao meu lado e sais de perto do meu corpo sentes falta do meu amor em ti? Eu gostaria de não ter protegido tanto este amor como se ele fosse uma criança demasiado insegura para sobreviver sem protecção. Porque agora que preciso de protecção para recobrar as forças que perdi algures no caminho não sei se confio o suficiente em ti para me entregar toda nos teus braços, pois não sei se é a mim que tu me queres ou se alguma imagem que construíste ao longo dos olhos. Olha-me. É a mim que me vês?

20.09.2007

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