10 setembro 2007



Olha-me nos olhos e enche-me a alma de vida e de ti. Enche-me os olhos da sede de viver, outra vez. Sabes que apenas tu o podes fazer. Ambos sabemos que não passamos de segundos na vida um do outro, mas que um sem o outro não poderemos continuar a seguir em frente e nos afundamos sem amarras. Sabes que preciso de ti e que tu precisas de mim. Preciso de te olhar e preciso do teu olhar para me encher a alma de vida. E só assim poderei voltar a navegar e apenas assim poderás voltar a voar. Depois da tua partida, as lágrimas que chorei vieram todas com o teu nome sobre os meus lábios. E aqui, assim, perdida junto ao mar, a bater contra as rochas, sem âncora que me prenda a um chão firme sei que já não é o amor que nos faz seguir em frente e aguardamos apenas a mentira que nos faça naufragar. Tenho tantas saudades de ti. E sei que também as tens minhas. Recordas-te dos meus braços? Da forma que enchíamos a cama cheia de nós? E agora que a mentira nos encheu da indiferença – que só ela pode dar – aguardamos que o mar nos leve.

5.09.2007

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