21 setembro 2007


A vida continuou. Não parou no dia em que deixei de olhar para ti com os olhos cheios de amor. Mas ainda assim não parei de olhar para ti. Porque não consigo, não o sei fazer, não mo deixo fazer. A vida continuou embora as minhas lágrimas tivessem secado e tivessem deixado de rolar pela calçada na tua direcção como se fossem um rio para te lavar os pés e te indicarem o caminho de regresso para casa. Mas a vida continuou. Ninguém deixou de rir pela falta do meu sorriso. Ninguém deixou de respirar pela falta do meu ar. E a lua continua a crescer e a minguar, inevitavelmente, todos os meses, mesmo sem que eu te olhe todos os dias do resto das nossas vidas com os olhos molhados de amor por ti e em ti. Mas a vida continua. Não vai parar. E nós também não. E a lua, as rosas e o ar vão continuar a vir e a ir, sem nunca pararem ao dar pela minha falta. Nem tu. E eu, afinal, também não parei de viver depois de os meus olhos se me secarem cheios do amor húmido que os mantinha alerta e vivos na tua direcção. Olho-te. E vivo ainda. Ambos vivemos.

17.09.2007

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