27 novembro 2006


Hoje é um daqueles dias em que me gostava de saber viva.
Viva, não pelo facto de respirar, caminhar e desfrutar de todos os meus sentidos. Viva por todos eles estarem e viverem alerta no meu corpo. Por reconhecer na brisa o cheiro do mundo que me dá alento. Por reconhecer no tacto o corpo que me faz estremecer. Por poder olhar e ver a vida que me faz chorar de alegria. Por ouvir e saber medir a exacta distancia a que estás de mim.
Mas não sei quem tu és. Não te vejo, não te cheiro, não te sei o sabor, não te sei a medida e a distancia que vai do teu queixo à tua boca. Ainda não te senti. Ainda não te vi. Ainda não te cheirei. Ainda não te ouvi. Ainda não sei ao que sabes.
Fico deitada na cama, a meio da noite, quando os olhos se recusam simplesmente a fechar, a imaginar como será a temperatura do teu corpo. Ao que saberá o teu calor nos lençóis partilhados comigo. Ao que saberá a tua pele. A tua cútis no mais íntimo sabor dos resquícios dos sabores da partilha. A que saberá a tua língua. O calor da tua boca. A forma dos teus braços. O cheiro do teu pescoço.

Saberei reconhecer-te quando me cruzar contigo na vida?

17.11.2006

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