21 novembro 2006


Os nós e os laços que nos unem começam, não subitamente, a desatar-se e desfazendo-se muito lentamente. Como o dia que vai entardecendo. Por mais que não quisesses que assim fosse. Mas ambos queremos. Ou não fosse o nosso afastamento ditado por esse querer. Não consigo entender onde foi que nos perdemos. Debato-me, esforçadamente, por encontrar o fio condutor. E nessa procura multipliquei-me em somas de amores. Mas acabei, apenas, subtraída em dívidas de desamores. Os dias continuam a passar, um após o outro. O mundo não parou de girar, para surpresa minha. Embora a noite, em tantas e tão vastas vezes, se tenha apoderado de mim, e, as palavras, que perdidas, solitárias, não chegaram aos seus destinos, não aguentam estar caladas e quase tão vazias, perdidas em mim. Partilho-as.

14.11.2006

4 comentários:

Luís disse...

O tempo não se compadece.
E avança. Ainda bem
que avança.
Só assim se esquece.
Envolvidos num tempo.
Que não se compadece.


Um post muito bonito que me deixou a pensar...

algevo disse...

......Luis, obrigada...

é assim que me sinto. tantas vezes, vazia, mas tão cheia. Perdida, mas não menos necessitada. E partilhando, torna-se mais fácil.
O tempo não se compadece. E é por isso, assim, não se compadecendo, que seguimos. Em frente. Eu, pelo menos, acabo por me perder... no esquecimento. E regresso, quase esquecida.

Beijo.

I.

João Carlos Carranca disse...

Muitas vezes não vemos na claridade do dia o que os nossos olhos de ver ao longe escondem o que sente o nosso coração de sentir ao perto.
bjs

algevo disse...

Jota:
não vemos na claridade do dia,mas também não vemos na escuridão da noite. Os dias escuros e cinzentos, daqueles em que anoitece sem parecer que amanheceu, nem nas noites de muito luar em que parece de dia.
E os olhos preferem olhar para longe para se distrairem do coração. Assim não estão perto. Mas não se deixa de sentir, pois não? Mesmo que os olhos estejam postos lá do outro lado do mundo...

Beijo

I.