15 novembro 2006


Parti tudo à nossa volta. E agora ficamos os dois sem nada. À nossa volta. Sem subterfúgios. E pela primeira vez em anos vimo-nos na totalidade, nus e em toda a crueza de quem não tem onde se esconder e onde se espelhar. Os espelhos captam a essência das nossas almas. Mas agora espelhamos apenas aquilo que somos. Já não existem espelhos entre nós, à nossa volta, atrás ou à frente. Aquilo que somos espelhados nos nossos olhos apenas. E aqui, neste lugar, fico à espera de rever aquele menino grande que eras. E tu ficas à espera da menina pequena que sempre fui nos teus braços. Mas nenhum dos dois reencontra o caminho para emergir ao de cima. E descobrimo-nos sós.

8.11.2006

2 comentários:

João Carlos Carranca disse...

Passei, como sempre por aqui

algevo disse...

JCC:

E não sabes o quanto gosto que passes aqui.

Beijo

I.