22 janeiro 2007


Acordei. Acordei de vez para a vida. Afinal não é um conto de fadas. Não estavas do meu lado. E não morri. Sobrevivi. As saudades consomem-me, é certo, mas estou viva. E sangro como toda a gente. E choro sem limites. E vivo ainda. Mas sem dúvida que uma parte de mim ficou algures parada, petrificada no passado após a tua saída. E passo a passo, lentamente, solto os meus segredos a mim própria, não os admitindo ainda dentro de mim. São contratempos, penso para mim. E sorrio. Insisto que se esperar, ou andar, tão devagar, que outros pensarão que estou parada, as ruínas se voltarão a reerguer. Não te queria perder. Mas estou aqui, julgando que o tempo não passa. Não… na realidade queria convencer-me disso. Mas sei que não é assim. Os anos passaram e nós crescemos. Mudámos. Não seguimos os mesmos caminhos. E, hoje, quando não estás ao meu lado, olhando do alto dos anos que nos separam, a ambos do passado, sei que não suportamos os gestos gastos, os olhares fugidios e o não saber amar a pessoa que está ao nosso lado agora. Ainda não consigo dizer adeus. Não a ti. Ao nosso passado. Às nossas saudades.

15.01.2007

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