13 janeiro 2007


Ainda guardei espaço no meu coração para ti. Mas acabo por concluir que mesmo que te perdoasse os erros do passado e tu me desculpasses os pecados cometidos mais atrás no tempo decorrido entretanto, nada se iria alterar, porque apenas restaria este buraco gigante que nos preenche naquilo que somos um para o outro. Mas agora que te vejo mais débil e solitário tenho pena dessa lacuna no meu coração ficar assim, por preencher. E tu ficas assim, sem me conhecer realmente quem sou e de onde venho, e como sou e porque assim sou. Não me conheces. E eu não te conheço. Tenho espaço no meu coração para ti. Mas não te quero pedir que entres.

4.01.2007

2 comentários:

João Carlos Carranca disse...

Deixa entrar no teu coração a maresia, o espreguiçar do mar na areia

algevo disse...

querido jota,

um dia alguém me disse que tinha o coração encerrado, rodeado de altos muros de betão, cimento armado e muito ferro. Sem querer quase fiz o mesmo ao meu. Não o armei de cimento e afins, mas escondi-o, e alguns dias, nalguns momentos acho que até lhe perdi o rasto.

Sento-me aqui à janela a ver o rio, mas não lhe oiço o som nem lhe sinto o cheiro.

Fico a aguardar.

Beijos e beijos.

I.