27 janeiro 2007


A porta fechou-se. As paredes ruiram. Pelo chão jazem os pedaços do reboco da nossa linda casa. Findou. Acabou. Terminou. Não sei o que vai ser de mim. São demasiados lutos para fazer ao mesmo tempo. Já não oiço a tua voz quando chamo por ti. Mas não morro. Não te tenho na minha vida. Mas não renasço. Não termino este livro e continuo com ele ao colo, fechado, aguardando um sinal dos deuses, um brilho fugaz no céu, uma movimentação das pedras, uma mensagem das cartas. Este lugar ficará vazio. As emoções não permanecem iguais. Apenas a mágoa. Os silêncios apertam-me a vida. Sabes onde estou, mas não regresses, nem com lágrimas nem com um amor devassado por outros amores. Estarei aqui. Mas já estou de partida. Ainda sem saber que rumo tomar, nem em que direcção voltarei a encontrar a minha estrela polar. Já não sou para ti um pedaço daquilo que já fui. E tu não o és para mim. Mas, neste momento, neste lugar, fico parada, aguardando apenas uma mão invisivel que já não existe na minha vida. Sinto-me devastada. São apenas demasiados lutos para fazer ao mesmo tempo.

18.01.2007

6 comentários:

joão marinheiro disse...

Somos verdadeiros sobreviventes no amor minha querida. Uma raça diferente, sentimos de modo diferente. Deixo-te o meu abraço hoje, como deixei ontem, como quero deixar amanhã.
Beijos deste lado do mar que acalma lentamente

João Carlos Carranca disse...

Mais uma partida. Desta vez é a minha. Não um luto mas a tentaiva de realizar um sonho. Parto sem querer voltar, mas se tiver que ser, sê-lo-á, sem rancores, sem lágrimas, mas reconhecido de mim.
Não sei qual a frequência da minha ida à internet, mas este blog será visita obrigatória sempre que me ligar.
BJS

algevo disse...

Querido João... finalmente o mar e o rio acalmam e retomam o seu corso normal. Ficam as feridas ainda abertas que julgo saram com o tempo.

Beijos.

I.

algevo disse...

Querido e doce jota,
espero que te ligues à net com frequencia e acima de tudo que leias os teus mails... mas pronto isso é pr outra conversa te dar na tola!!!

Ainda não me disseste, achas que caibo numa mala para que me leves assim num cantinho?

Se tiveres de regressar, pois então que seja, e sem arrependimentos. Mas se tiver que ser, se outra forma não houver, que seja pelo que se fez e não pelo que se deixou por fazer.

Está na altura de abrir a tal garrafa de vinho e brindar em tua honra?

Penso que sim... tentar realizar um sonho é sempre digno de ser brindado.

Um beijo do tamanho do mundo.

PS: E lê-me os mails... que eu amuo sem respostas!!!

Sempre, sempre meu lindo e doce jota.

I.

João Carlos Carranca disse...

fica prometido que responderei aos e-mails que não forem fw... esses eu não respondo, é para a 'molhada' e... feitios.
um beijo e vais num canto grande das minhas recordações

algevo disse...

jota,
não me percas no meio da roupa e das lembranças do que deixaste. Ou se calhar nem deixaste. Levaste no coração.

Beijo grande.

I