14 janeiro 2007



Hoje se pudesse entrava dentro de ti e abria-te uma tampa que vazasse essa tristeza que tens tão dentro do teu âmago e das tuas mãos. Hoje se pudesse entrava dentro de ti e deixava-me afundar no teu sofrimento que todos os dias te tira o sorriso e te deixa afundar mais um milímetro nesse mar de abandono. Tu própria não te deixas submergir de uma vez por todas. Nem te deixas pôr a salvo. Andas meio debaixo de água até o ar se te exterminar por completo em todas as células do teu ser para voltares a vir ao de cima e encheres os pulmões de ar. Se pudesse tirava-te todo o peso de cima. E carregava-o ao teu lado. Hoje caminho-te sobre as tuas pegadas na esperança de te aliviar. De te confortar. Mas não o consigo fazer. O teu coração, pobre e tão isolado deixa-se ficar nesse deserto escuro, completamente abandonado, porque é mais fácil sofrer que lutar.

1.01.2007

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