09 agosto 2007



Fiquei contigo preso pelos meus lábios, como se de um som te tratasses. Mas não és. És um corpo, não frágil, não leve, não etéreo, que ao cair parte-me os sentimentos e não me deixa como outra fuga o sofrimento que as tuas palavras, essas sim, soltas e não presas pela tua língua, que me perseguem e se me enfiam pela carne, pelos olhos e pela alma até me fazer sangrar de todas as lágrimas que poderiam ainda restar dentro de mim. Os meus olhos ficaram vidrados, mas não estou morta. Estou fria, mas ainda tenho vida a saltitar algures dentro de mim. Fui escrava do teu Amor. Aliás – a sinceridade fica-me bem melhor – sou escrava do meu amor por ti. Ou da minha simples loucura. Um dia acordo e vejo que as cores da vida sem ti afinal são bem mais alegres que aquelas a preto e branco que o daltonismo com que antevejo a vida sem ti. Um dia acordo e vejo que afinal a vida continua a ter cores mesmo sem ti. Um dia.

04.08.2007

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