11 julho 2006


Os abraços de ninguém
O pânico da solidão
O reconhecimento da dor
A dolorosa sensação
De não ter voz
Nem direitos
De te fazer regressar
As paredes de vidro que espessam
E eu já não consigo distinguir
Já tudo é tão baço
Que nem com o Amor
Quebrarias o gelo
Este frio abraço
Da eterna e maldita
Que é esta minha solidão
E és tu que partes
E és tu que te vais
Enquanto eu te cuidava
Tu já saías de manso
Sem olhar para trás
Enquanto eu te acarinhava
Tu corrias, já ao longe
Bem longe, lá longe
- De mim -
Enquanto eu...
Eu aqui ficava
Pensando que voltavas
Antes dos frios abraços
De ninguém
Que de novo
Me envolvessem
E assim estou...
Só e abandonada
Até por mim mesma.

04.02.1995

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