30 outubro 2006


Hoje tive a perfeita consciência do quanto estou bem sem ti. Não te senti a falta na cama. Não senti falta do teu calor. Da tua presença fria e indistinta. Não me fez falta as tuas palavras inaudíveis pela manhã e os teus arremessos durante a noite. Estou só. Mas estou bem. E acima de tudo tranquila. Sabes o que significa a tranquilidade para mim agora? Estar sem ti apenas… E estou bem. Não me falta o ar. Não me falta o chão. Não deixei de respirar por estar sozinha. Estou bem. Vou sobreviver. Outra coisa não se esperaria.
Tu não sabes. Mas eu sou apenas uma sobrevivente. Porque sei, que embora tenha um mar de sofrimento para atravessar, sei, sinto, com todas as forças, músculos e fibras do meu corpo que um dia ele vai terminar e que depois abrir-se-á um novo mundo. Porque diz o ditado que não existe mal que sempre dure nem bem que nunca acabe. E eu sei disso. Toda a vida tem sido assim. E a minha vida não passa de um ciclo. O meu ciclo. Do qual tu fizeste parte. E deixarás de fazer. Pelo menos em parte. E eu vou continuar a viver. Sempre a viver. Até que um dia vou morrer. Mas não vou morrer por falta da tua presença. Não vou morrer pela solidão causada pela tua ausência na minha vida. Porque embora estejamos juntos, há muito que nos abandonamos no pensamento. E esse, meu caro, é simplesmente o mais importante.

7.10.2006

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