11 outubro 2006


O amor é tão frágil. Frágil, como só tu sabes ser naquele olhar, leve, e cheio, muito cheio, de vida que me dás nas manhãs em que me olhavas à despedida, enquanto o sol nascia. Frágil, como naquelas noites em que me vias chegar aos teus braços apressada, por entre os carros. E voávamos, frágeis, ambos, frágeis. Demasiados frágeis, porque naqueles tempos éramos os dois feitos de vidros e de contas transparentes, de vidros fundidos pelo amor dos deuses. E hoje, aqui, parada a ouvir uma música qualquer que marcou uma cadência dos nossos corpos, enquanto fazíamos amor, descobri que serás sempre vidro, frágil, translúcido em mim. Porque é assim que te guardo. Puro. E apenas meu. Frágil. Tão frágil. Como apenas o amor pode ser. Naquelas noites nossas, penas nossas, em que o amor era tão frágil, e tão nosso, em que mal respirávamos, com receio de apenas o sopro que nos dava a vida o partisse. O nosso amor tão frágil. E agora guardo-te na mais bela caixa dentro do meu coração. E de vez em quando reabro-a, para te rever. Tão frágil. Porque o amor, todo o amor é frágil. E quando se ama assim, todos nos quebramos.

Porque o amor é frágil.

12.09.2006

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