23 outubro 2006


Tenho saudades. Saudade de dançar até ficar extenuada. Saudades de dançar colada aos teus olhos e excitar-te o mais profundo ser da tua existência. Tenho saudades. Saudades de acordar e sentir-me nova para a vida, como se ela ainda estivesse toda pela frente e tivesse ainda a minha pele e a minha alma de criança. Tenho saudades. Tenho saudades de te dizer o quanto te amo, sem receios de que amanhã tenha de me vingar de qualquer atitude. Tenho saudades de não me precaver do tempo que passa e deixa as suas marcas, indeléveis. Tenho saudades de dançar, até ficar molhada, por dentro e por fora, e com o ritmo a marcar-me a cadência do corpo, da alma, da vida e dos pensamentos. Tenho saudades de quando descansava os olhos em ti na pista de dança e eu era a rainha das tuas noites. Tenho saudades de ser tudo, pelo menos para mim. Porque todas as manhãs eram um novo dia. E tenho saudades da sensação de ter a vida toda pela frente, porque amanhã poderia sempre recomeçar tudo de novo.

22.09.2006

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