12 outubro 2006


Não existe pedra sobre pedra.
Quero acordar de uma vez por todas e abandonar-me de uma pele vazia, já vazia de mim.
Não me sinto, não me vejo, não me reconheço aqui. Nesta vida, nestes sentimentos mesquinhos e pobres.
Eu não sou assim.
Ou serei?
Serei apenas uma pessoa como todas as outras vulgares e nada me distingue da massa?
Já não existe nada na minha vida.
O fio ténue que me prendia à realidade quebrou-se de uma vez e violentamente.
E agora?
Derramei-me no chão da minha casa, e fui-me pingando, deixando-me pelo caminho, sendo evaporada pelo sol e pelo calor.
Não ficaram quaisquer resquícios da minha pessoa.
Deixei de existir.
Apenas eu me vejo e nem eu me reconheço.
Não sou nada, nem tão pouco ninguém.

Tu também já não estás aí…

21.09.2006

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