27 outubro 2006


Sinto-me quase abandonada. Sinto-me quase defraudada. Por mais que me custe aceitá-lo, tenho de admitir, finalmente, que existem sonhos que não são meus, ilusões que não foram feitas à medida da minha imaginação, e lugares que fora feitos para nunca serem meus, ou nossos. Não me consigo despedir de uma vez por todas, por mais que tente, acabo sempre por voltar atrás, numa tentativa, mais uma, de manter o sonho vivo, premente, e permanente, à tona, das lágrimas que choro, num lago já roto por onde escoas a tua vida, numa tentativa alucinada de te ausentares de mim.

Se eu pudesse e conseguisse arrancar todas as memórias que te fazem vivo em mim seria tudo tão mais fácil. Ficaria apenas esta sensação de dor viva, mas pequena, pois não lhe saberia atribuir dono.

16.10.2006

6 comentários:

A. Pinto Correia disse...

tal como as fadas, a dor também não usa baton. Parece-me que usas a escrita como uma catarse que te libertará das sombras. E como já li algures noutro post teu, voltarás remoçada, plena de vontade de viver. que assim seja!
um beijo

Polo disse...

Quem valoriza a vida nunca está só!
É importante levantar a cabeça e seguir em frente.
Força!
Um beijo

Anónimo disse...

Olá!!!Antes de mais gostaria de te dizer que achei o máximo o nome do blog!!girissimo!


Estive a dar uma vista de olhos geral pelos teus posts e fique com a sensação de seres uma pessoa com esperanças, queres ter fé e confiança mas que sentes que estas te escorregam pelos dedos.Desculpa, se estou errada....fiquei com esta sensação.eSPERO ESTAR ERRADA.

Beijocas!

algevo disse...

Unicus: algumas fadas usam baton, aquelas que se disfarçam de humanos e desfilam entre nós, sem que saibamos. A dor não usa baton. Usa artificios onde se esconde para nos agarrar desprevenidos. Quase sempre.

Mas a escrita é uma catarse sim. Aquela que me faz vomitar os medos e as ansiedades. As esperanças e os sonhos.


Quanto ao remoçada... não tenho a certeza absoluta disso. Mas... esforço-me todos os dias para não me deixar morrer.

Beijos.

I.

algevo disse...

Mary; a vida está dentro de nós, e eu sigo sempre em frente, por vezes paro, mas caminho sempre em frente. Mesmo que de cabeça baixa.
Beijo

I

algevo disse...

elisheba; obrigada pela visita.
O nome do blog é uma homenagem a uma grande Amiga, engraçado que escrevi ontem sobre isso. Vou postar um destes dias, para que possas ler.
Mas a ideia não é original, é o titulo de um livro de João Mancelos, que é também autor do livro de poemas que mais gosto de ler, "A oeste deste céu", ambos os livros oferecidos pela minha amiga. Uma fada que usa batôn...

Quanto à tua opinião, não... não estás errada. Eu tenho fé, sou uma crente e não duvido da minha missão na vida. Tenho esperanças no amanhã. Tenho sempre nas pessoas. Mas a confiança foge-me muitas vezes por entre os dedos e pelas fendas do meu baú dos sonhos. Ou é-me roubada. E nalguns dias realmente fico desanimada. Mas acredito sempre.
Por isso não estás completamente errada.
:))

Beijos.

I.