27 dezembro 2006

Como tu deverias ver-me no auge do teu Amor:


Quando nós fazemos amor, sentes-me no espelho da tua alma? E sabes como, naquela hora, és igual a mim? E como, naquele momento, somos apenas um no respirar, e, no sentir, e, no amar um do outro? E quando estás só e eu te deixo ir, pela vida fora, a sonhar como se não tivesses a certeza daquilo que queres. Eu não te quero amar toda, pela certeza. Porque sei que tu és louca e não me és fiel, nem serás para sempre minha. E sabes como o amor é e eu não quero estar perto de ti quando tu decidires partir e quebrar-me o fio da vitória de te ter. O amor morre. Morre todos os dias, morre um pouco no nosso leito, quando não te encho os pulmões de ar e o fio da navalha nos fica mais estreito. Quando estou contigo sabes que não estou com mais ninguém. E não poderia. E não conseguiria. E tu também não. Mas nem sempre és minha. Quando sais daquele espaço, que é só nosso, sei que não te posso possuir e que deixas de ser só minha. Eu não te quero tocar sequer, aí. Porque sei que te posso quebrar e magoar. O amor é… o amor somos nós quando estamos apenas juntos, sem mais nomes, nem como, nem porquês. Somos apenas nós quando o tempo pára porque é assim que somos um do outro. Apenas um do outro. Quando o tempo pára. Os ponteiros ficam imóveis, estáticos e soltos. E o tempo amansou-se e sei que te posso tocar porque jamais o tempo pára assim para os outros amores. Só não quero estar aqui quando o teu amor se quebrar e se soltar. E eu já não te puder ter. Porque o amor morre. Mas agora amas-me e tocas-me e és minha. Mas quando o amor se quebrar deixarás de ser. Mas hoje, agora, por enquanto o tempo parou e o amor não morreu. És minha.

18.12.2006

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