21 dezembro 2006


No silêncio dos nossos corpos amaste-me. E eu deixei-me amar por ti. Encher-me da tua boca, da tua língua, sabendo de antemão que era passageira. Que acabarias por ir embora e que eu voltaria a ficar só. Sem o teu corpo e sem a tua mão e sem o teu abraço. E que voltaria a este estado vegetativo. Mas não te pedi para ficares. Nem para regressares. Porque sabia que não valia a pena. A verdade é só uma. E tal como eu sou uma mulher de muitas caras tu és um homem de muitos caminhos. E as minhas caras e os teus caminhos cruzaram-se poucas vezes na vida. Não as suficientes para que o teu rio viesse desaguar no meu mar. Para que as tuas águas viessem molhar a minha areia. Já não sinto a tua mão no meu corpo. Os teus dedos longos no meu pescoço. Mas ainda não te esqueci.

16.12.2006

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