08 dezembro 2006


O cenário perfeito. A nossa cama, grande e quadrada, no meio do quarto espaçoso, com os pés poisados à janela, aberta, por onde o sol nos despertará com carícias lentas ao longo das pernas. As rosas vermelhas, príncipe negro, aveludadas, estão defronte do espelho. Por onde te espreitas a beijar-me o umbigo, sorvendo-me o líquido que te mata a sede. Vais sentar-te com o teu peito colado às minhas costas, sentindo cada pedaço do ar que inspiro. O ar será demais. As tuas pernas vão arquear-se à volta da minha cintura. E vou sentir o teu corpo a gemer, tremente, de prazer crescente. E és tu que irás mapear cada pedaço do meu dorso com a ponta dos teus dedos e com os olhos da tua língua. Vais parar nos meus ombros e vais descobrir que no meu reverso já sou a tua praia e no teu interior eu já sou o teu mar.

29.11.2006

2 comentários:

joão marinheiro disse...

Descreves o amor edílico...
Abraço com sonhos...

algevo disse...

joão,
lá estão as reticências... vês que também gostas delas...

Descrevo o amor como ele deveria ser. A sua exacta medida, na altura e no tamanho. Nos quilos e na entrega.
Disse alguma coisa que alguém que já o sentiu não recorde com saudade? Ou que alguém que anseia conhecer uma entrega assim não sonhe?

Não é edílico. É simplesmente assim que deveria ser.

Beijos daqui, onde o rio se junta com o Oceano.

I.