24 dezembro 2006


Este ano o meu Natal não vai ter as nossas risadas. Mas na realidade nunca passei um Natal contigo. Por isso vou lembrar apenas o som da tua voz. A sensação do teu olhar quando te ofereci um postal de Natal, num dia frio de Dezembro.

Este ano vou partilhar o bacalhau, as rabanadas da avó, a minha mousse, as castanhas douradas da mãe, o vinho do meu irmão, e ouvir as gargalhadas das minhas crianças. Ver o Pai Natal entrar pela janela da cozinha, pois será o mais perto que se pode de uma chaminé fingida, gritar em uníssono que já não queremos ouvir os cânticos de Natal do Elvis Presley, e fazer uma manifestação por entre as cadeiras, tropeçando nas prendas contra o abrir as mesmas antes da meia noite. E em cada caixa que fiz este ano, em papel colorido, para oferecer a todos os que fazem parte da minha vida, de alguma forma, umas brancas, contendo o meu Amor, outras vermelhas, cheias da minha Paixão, outras azuis, amontoadas de Saudade, outras verde, latejando de Esperança, não esquecendo as amarelas, que estão a abarrotar de Riso, para cada um dos ocupantes do meu coração, que por ser tão grande e vasto, e, estar tão cheio, mas sempre com lugar para muitos mais, estará sem dúvida, alegre e a bater descompassadamente, esquecendo-se das discussões, das saudades que me desmoronam, dos desentendimentos que tenho com a vida e com as pessoas que fazem parte da minha dita vida, e como esta noite é nossa, só vamos festejar, rir e brincar. Pôr de lado tudo o que me faz mal, e esquecer, mesmo que por momentos, porque vou realizar o que quero. Sem demora, vou levar-vos a todos comigo, para estar na Paz alucinada do meu coração, a ouvir as minhas kisombas, e dançar frenética ao som dos meus sonhos, sem derramar uma única lágrima, embora com as saudades que por vezes me fazem nostálgica.

Afinal tenho muito que amar. E tenho muito para sonhar. E tenho muito para curtir. Esta noite vou estar em Paz. E de mãos dadas contigo no meu coração. Com todos aqueles que me amam e também com todos aqueles que amo.
Em Paz.

O Amor não tem que ser apenas uma estória. O Amor são muitas e grandes estórias, por vezes não encadeadas no tempo, no espaço e aqui neste lugar que chamo de casa.

E hoje tenho aqui outros Amores, não menos importantes na minha vida. E estarei em Paz.
24.12.2006

1 comentário:

algevo disse...

Infinto(meu eterno já jota...),

lamento o vermelho... era suposto ficar assim com um ar natalicio, mas acho que não resultou muito bem...

Estive com os meus amores, alguns deles, quase todos, graças a Deus, mas não estive em Paz. Parece que ultimamente nunca estou mesmo em paz. Ou quase nunca. O que me parece nunca.

Lamento a diplopia (ou o ficar com parecido a tal...), mas assim ficaste-me a fazer companhia, que passei também o dia a dobrar - vendo ou não-. Também não bebi...foi da falta de paz.

A tua bebida está reservada como te disse nalgum comentário atrás. Assim que te souber feliz, brindar-te-ei. E se for o que estou a pensar, levas-me contigo, num pedacinho da tua mala/coração?

Pensei em ti, quando me apresentaram o tintol (muito bom, por sinal) depois do jantar, juntamente com a tábua de queijos! E não pelo queijo, mesmo pelo tinto alentejano que me fez lembrar uma tua conversa já antiga...

Beijo muito grande, assim um pedacinho triste como este sol d´hoje.

I.
(também algevo)

PS: Detesto comentar no teu blog anónimo.
ps: A cada dia me surpreendes mais... também infinito? E hoje que não tenho tempo de me deleitar a ler-te é que me dizes... vou considerar uma prenda de Natal, depositada no meu sapatinho....