20 dezembro 2006


Prefiro que não, amada.

Para que nada nos amarre
e que nada nos una.

Nem a palavra que aromou tua boca,
nem o que não disseram as palavras.

Nem a festa de amor que não tivemos,
nem teus soluços perto da janela.

Amo o amor dos marinheiros
que beijam e se vão.

Deixam uma promessa.
Não voltam nunca mais.

Em cada porto uma mulher espera:
os marinheiros que beijam e se vão.

Uma noite se deitam com a morte
no leito do mar.

In "Crepusculario" de Pablo Neruda

4 comentários:

AnaP disse...

Grande poeta, o Pablito! :) Obrigada pelas tuas boas festas. Mas queria também dizer-te que as minhas boas festas têm uma surpresa (clica em cima delas!). Um beijo enorme!

algevo disse...

Anap,

É verdade... o Pablo é um gajo que até escrevia bem!!! Quem não gosta dele?

Ainda me ri com as tuas boas festas... obrigada. Já as fui ver.

Beijos

I.

joão marinheiro disse...

OPs!!! Sou marinheiro, tenho de ter cuidado...

algevo disse...

João, como bom marinheiro - e poeta - que és... não te podes mesmo descuidar... cuidado com os leitos... cuidado com os portos...

ops... ops...

Beijo, daqui de onde o rio se junta com o oceano.

I.