13 agosto 2006


Hoje chego a duvidar que alguma vez tenha conhecido o amor ao teu lado.
Hoje, quando me olhas, como se não me conhecesses, como se nunca me tivesses tomado o ar, a vida, o amor e a paixão, como se a tua pulsação e o teu corpo não tivessem já repousado em mim.
Hoje duvido que todas as memórias que partilho do teu corpo, da tua vida, das nossas recordações tenham sido verdadeiras.
Hoje duvido que aquilo que recordo seja verdadeiro.
Não passam de uma simples especulação que a minha própria vontade de me manter sã num mundo doloroso arranjaram.
Todas as memórias não passam de simples extensões dos sonhos que tive nas noites em que te partilhava com outras memórias apenas tuas. Verdadeiras.
E por isso, por tanta mentira, o meu coração deixou de bater, deixou de latejar. Deixou de viver.
E deixou de acreditar.
E agora sigo em frente, num mundo doloroso em que as memórias não passam de falsidades da minha própria cabeça, numa esperança de me manter saudável.
E tu?
Tu continuas a viver. Feliz. Incólume.
Como se eu nunca tivesse existido.
Como se eu nunca te tivesse tocado.
Porque nunca te toquei, tal como as noites de perfeita sintonia também nunca existiram, pois não?

07.08.2006

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