13 agosto 2006


A primeira vítima.
A primeira vítima foi a inocência.
Depois, a partir daí… foi sempre a destruir, a decair, a partir. A quebrar.
A inocência foi a primeira coisa que me tiraste.
A inocência de acreditar, de ver, de sonhar.
Naquela noite, em que o teu bafo, etilizado, me preencheu a boca e o corpo, em que as tuas mãos violaram os meus recantos, deixou marcas que ainda me povoam as noites e os dias de pesadelos.
E com o passar dos anos, fui acreditando cada vez mais e sempre em maior escala que a culpa teria sido quase até minha…
E por isso fui perdendo a capacidade de me abstrair, saltar do meu corpo para fora e divagar nos sonhos que antes me tinham dado o mundo aos meus pés.
Até que um dia me senti enclausurada e completamente encerrada num corpo que não deveria ser o meu, numa alma que não aparentava ser a minha.
Domada. Inevitavelmente domada.

Sem sonhos.
Sem a inocência.

06.08.2006

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